Nutrição com simplicidade

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Nutrição com simplicidade

Trocar os produtos industrializados por “comida de verdade” é uma das dicas de alimentação saudável da nutricionista Rosana Chagas.

Em seus 23 anos de experiência profissional, a nutricionista Rosana Chagas é dona de uma trajetória eclética, com passagens por grandes indústrias e como professora universitária, e uma formação que traz para a nutrição conhecimento de áreas tão diferentes quanto psicossomática e física quântica. Nos últimos anos, é à clínica que Rosana têm se dedicado de forma mais intensa. Seu principal foco de interesse: qualidade de vida e longevidade. Rosana está convencida de que a nutrição tem uma grande contribuição a dar como terapêutica preventiva e de que a chave está em pensar a dieta de forma individualizada, analisando do metabolismo do cliente à sua carga genética. Para quem pensa em melhorar a qualidade da sua alimentação, a recomendação da nutricionista é simples: voltar às origens, trocando os produtos de “pacote” pela feira.  Abaixo, uma seleção destes e de outros momentos da entrevista que ela concedeu à Qualinews.

“A nutrição é preventiva”

“As pessoas têm muita dificuldade de cuidar da própria saúde. Muitas vezes, elas buscam a dieta com a única finalidade de estar magro, de estar bem num vestido, numa roupa. Poucas pessoas têm conhecimento da importância da nutrição na depressão, no autismo, no câncer. É claro que a nutrição é uma terapêutica mais preventiva do que curativa. Mas, na verdade, é este olhar preventivo que a gente deveria ter. Nosso sistema de saúde, infelizmente, é mais voltado para a ação intervencionista, medicamentosa. Por conta disso, a contribuição fantástica que a nutrição tem a dar, por exemplo, nos casos das alergias e das doenças autoimunes, ainda é ignorada pela sociedade e mesmo por profissionais de saúde”.

“É preciso pensar no indivíduo como um todo”

“Nutrição é algo muito complexo, por isso o atendimento individualizado é gratificante: você percebe que a estética pode até vir, mas de uma forma respeitosa e pensando no indivíduo como um todo. Para promover uma dieta saudável é preciso levar em conta todo um contexto:  nossa genética, nossos hábitos, propensões, metabolismo. O que comemos? Como digerimos?  Como metabolizamos?  O atendimento individual nos permite investigar as causas. Os  exames genéticos, por exemplo, nos ajudam a responder perguntas importantes. Quem é esta pessoa? Por que ela tem esta sensibilidade no estômago? Por que tem  uma dificuldade na absorção da cafeína?  Será que ela tem o gene que torna a metabolização da cafeína mais lenta? Todas estas individualidades são muito importantes porque permitem um  olhar mais profundo para o indivíduo e sua saúde.

“A maior dificuldade é emocional”

“Penso que a grande dificuldade hoje para que algumas pessoas adotem uma alimentação saudável é emocional. Existe uma dificuldade de escuta do próprio corpo: o que é que este corpo verdadeiramente quer e precisa? E existe uma fome emocional. Porque o que o desejo de comer muitas vezes está mascarando é uma fome emocional: por carência, por sofrimento, por medo de não ter o reconhecimento dos entes queridos, da família, dos amigos; pela  dificuldade da inclusão na sociedade e de aceitação do próprio corpo.”

“Alimentação saudável como regra”

“É verdade que a dieta começa no supermercado. Aquela máxima de que não é bom ir ao supermercado com fome também é verdade. Com fome, você fica muita mais vulnerável a se render a todos aqueles apelos, inclusive daqueles produtos que a gente acha que são extremamente saudáveis, porque são vendidos como light ou diet – e que têm em sua composição substâncias altamente nocivas. É claro que vão existir momentos de exceção, – mas é importante ter a alimentação saudável como regra, como hábito. E o que é alimentação saudável? Frutas, vegetais, verduras, legumes, as boas gorduras, o azeite, as oleaginosas, as castanhas, o abacate. Com esta alimentação, a gente não vai precisar de tanto pão, de  biscoito, de tanta tranqueira cheia de corante e adoçante, que nosso organismo não tem  mais capacidade de absorver” .

“Quanto mais comida de verdade melhor”

Quanto menos pacote, quanto mais comida de verdade, melhor. A palavra de ordem é voltar às origens. Óbvio que a indústria alimentícia melhorou bastante em muitas coisas, mas, na dúvida, optamos pelo simples: pela carne, pelos legumes e verduras, pelo peixe e pelo ovo. O leite, eu não recomendo, porque este leite que a gente tem na prateleira do mercado hoje é um produto alimentício, não é mais o leite da roça, que estragava em dois dias. Então, é isso: optando pelo simples, pela comida de verdade, dá para adotar uma alimentação saudável e, ainda por cima, sem sobrecarregar o orçamento”.

2019-05-27T18:07:06-03:0027/05/19|

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