Confiabilidade e Desenvolvimento de Produtos

No desenvolvimento de um produto existe a fase de conceito, projeto, desenvolvimento, produção e pós-venda, este artigo demonstra algumas metodologias e benefícios durante o Desgin For Reliability (DFR).

Na fase conceitual, se estabelece a confiabilidade para o projeto novo. Analisando o que já é utilizado em campo através de LDA (Life Data Analisys) e com aplicação do DFMEA (FMEA de projeto), sendo este utilizado como ferramenta viva. Nesta fase, deve ocorrer também a definição das condições de operação, ou seja, definir a confiabilidade do novo produto atrelando ao tempo de utilização. Portanto, os benefícios dessa fase são a determinação da especificação de confiabilidade, priorização dos itens críticos para os testes de confiabilidade e a definição da relação entre confiabilidade e as condições de uso pelo cliente.

Na fase de projeto, a confiabilidade é “desdobrada” para subsistemas e componentes até o LRU (Lowest Replace Unit), neste ponto ocorre o planejamento da estratégia de crescimento da confiabilidade (RGA).  Portanto, ocorre a determinação da confiabilidade a nível de componente e definição da estratégia de crescimento da confiabilidade durante as fases de desenvolvimento, neste ponto, define-se os requisitos de confiabilidade para os fornecedores.

Durante a fase de desenvolvimento, são aplicadas teorias quantitativas e qualitativas. O teste acelerado de vida (ALT), teste de tortura e teste do elefante onde o produto é estressado acima dos níveis de projeto, com objetivo de obter informações sobre a falha ou modo de falha. Estes tipos de testes não especificam a confiabilidade do produto, mas identificam os pontos de melhoria.

No ensaio acelerado de vida quantitativo (QALT), o produto é testado além dos níveis de especificação, mas dentro do limite de projeto. A amostra é testada até a falha em condições aceleradas de stress e através dessa análise conseguimos avaliar a confiabilidade para diferentes condições de uso.

O delineamento de experimentos (DOE) avalia quais variáveis de stress realmente reduzem a vida do produto, isso pode apoiar os testes acelerados, podendo torná-los mais simples e baratos. A análise de degradação, por exemplo é onde ocorre a medição de degradação em diferentes tempos de teste, portanto é possível projetar a falha do item.

Contudo, a análise de dados de vida (LDA) auxilia na determinação da confiabilidade do item.

No nível de desenvolvimento, deve existir a garantia da confiabilidade do projeto conforme as metas definidas na fase de conceituação e definição da maturidade de projeto.

Na fase de produção ocorre a aplicação do PFMEA, que auxilia na redução do atraso no lançamento do produto, cumprimento prazos de Ramp-up e documentação do processo.

O ensaio de conformidade de confiabilidade (ECC) garante que a confiabilidade do produto vai ser mantida durante o processo produtivo. Esses ensaios possibilitam amostras de produção serem testadas para verificar se a confiabilidade está dentro das especificações, podendo aprovar o lote das produções sem ocorrências de falhas.

No Pós-vendas deve ocorrer uma boa gestão de falhas com análises e planos de ações, utilizando metodologia por exemplo FRACAS (FMEA, 5 porquês, Ishikawa, …). Realizar a análise de dados de garantia, permitindo que as previsões de retorno e garantia sejam precisas, permitindo o subsídio da estratégia de estoques de peças de reposição. Portanto, ocorre no pós-vendas o acompanhamento dos produtos em pré-série, acompanhamento dos produtos em garantia e pós garantia, definição da estratégia de itens sobressalentes e definição da estratégia para contratos de manutenção.

 


 

Sobre o autor:

Kaio Majewski Monteiro: Atua como Engenheiro de Confiabilidade no Escritório de Projetos (PMO). Tem formação em Engenharia Mecânica, Mestrando em Metalurgia de materiais, é especialista em processos de confiabilidade e Gestão de ativos (Consultoria). Tem formação Six Sigma – Green Belt & Lean Manufacturing, além de possuir experiência em diversos segmentos de mercado.