Rumo ao futuro da construção

Estudos apontam a digitalização como chave para alavancar a produtividade de um dos maiores e mais tradicionais setores da economia.

A indústria da construção emprega cerca de 7% da população em idade ativa e é um dos maiores setores da economia, com US$ 10 trilhões gastos anualmente em bens e serviços relacionados à construção. Em contrapartida, a produtividade do setor, globalmente, cresceu apenas 1% nas últimas duas décadas, comparada com um crescimento de 2,8% da economia global e 3,6% da indústria de manufaturados.  E a solução para esta baixa produtividade pode estar na adesão às novas tecnologias da informação e comunicação. Não por acaso, o setor está entre os menos digitalizados, no mundo inteiro.

O diagnóstico acima foi extraído de estudos publicados pela empresa de consultoria empresarial americana McKinsey & Company (leia mais aqui).  Ainda segundo a mesma consultoria (ver aqui), os gastos com pesquisa e desenvolvimento, assim como os com tecnologia da informação, respondem cada um por menos de 1% da receita do setor.

Os reflexos para a eficiência na prestação de serviços são visíveis: também de acordo com a Mackinsey, projetos grandes costumam ser executados num prazo 20% maior do que o planejado e concluídos com orçamento até 80% acima do previsto. Outro problema comum é a falta de coordenação entre o escritório e o campo, com o planejamento do projeto ainda hoje sendo executado, com frequência, em papel.

Oportunidades – Autor de um artigo sobre o tema publicado na última edição da revista O Empreiteiro, o diretor técnico da Qualidados Luiz Henrique Costa chama atenção para as oportunidades que este cenário oferece ao futuro do setor. “A partir do momento em que abraçarmos a cultura da inovação, que começarmos a tirar proveito das tecnologias já disponíveis no mercado, a tendência será de aumento da produtividade e otimização dos resultados, com ganhos em custo, prazo e qualidade”, afirma o executivo.

Como exemplo, ele cita a experiência da própria Qualidados. Há mais de 25 anos no mercado de gerenciamento de projetos, obras e paradas de manutenção, a empresa começou a sistematizar e implementar em 2014 um sistema de gestão de inovação baseado nas melhores práticas e ferramentas do mercado. “O envolvimento da alta direção e o investimento contínuo em cultura de inovação levaram a melhorias de processos e têm nos permitido lançar, uma vez ao ano, soluções inovadoras para nossos clientes nas áreas em que atuamos”, relata Luiz Henrique.

Para a também diretora da Qualidados, Jane Carvalho, o grande desafio para o futuro da Construção está na mudança de mindset, de mentalidade. “Somo um setor antigo, tradicional e um princípio básico da inovação é de que é preciso se permitir fazer coisas novas. Quando as lideranças aderem a esta mentalidade, o resto vem naturalmente”, afirma.