Nossas dicas para manter times remotos motivados.

Reuniões periódicas e ferramentas de gerenciamento virtuais estão entre as sugestões úteis para gestores de equipe em home office.

A migração repentina do trabalho presencial para o remoto tomou de assalto organizações e empresas no mundo todo, que não tiveram tempo de se adequar  às exigências que o distanciamento traz para a gestão de equipes.  Desde então, o que tem se visto é uma constante experimentação e uma corrida das lideranças em busca de soluções para o desafio cotidiano de manter em alta a produtividade dos integrantes das suas equipes, mesmo que eles estejam trabalhando a quilômetros de distância.

Coordenador de Tecnologia da Informação da Qualidados, Dino Porto explica que a gestão realizada 100% por meio de trabalho remoto – que ele chama de Gestão 2D –  tem características próprias, como, por exemplo,  um aumento na comunicação assíncrona, que é aquela comunicação  na qual o envio da mensagem e sua recepção não se dão necessariamente ao mesmo tempo – como ocorre, por exemplo com as trocas de mensagem por WhatsApp. Por estas e outras razões, as lideranças precisam adotar rituais próprios, intensificando, por exemplo, as reuniões virtuais, que são estratégias de comunicação síncrona.

Com base nesta visão – e no aprendizado adquirido com sua própria experiência como gestor – Dino separou para nós quatro dicas úteis para manter equipes com foco e motivadas nestes tempos de Gestão 2D. Confira:

            Reforce as reuniões semanais com toda a equipe

Mesmo antes da pandemia, a equipe da Coordenação de TI da Qualidados já realizava uma vez por semana uma reunião com todo o time para a definição do novo ciclo de trabalho. Com o home office, os encontros passaram a ser virtuais e ganharam ainda mais importância, com o bloqueio recorrente da agenda da equipe. Dino Porto explica que o ritual é fundamental para manter o time alinhado e sugere que as lideranças aproveitem os encontros também para fazer uma análise qualitativa das demandas do ciclo anterior.

Adote ferramentas virtuais de gestão de tarefas

Há hoje várias ferramentas virtuais de gestão de tarefas que podem ser grandes aliadas dos gestores na organização do trabalho em equipe. Além de tornar o processo de definição e acompanhamento das tarefas mais simples e ágil, estas ferramentas são intuitivas, facilitam o trabalho colaborativo e a visualização por todos das demandas a serem atendidas. Um exemplo de ferramenta deste tipo é o Planner, da Microsoft, que tem a vantagem de ser integrado à plataforma de videoconferência MS Teams.

            Identifique dificuldades com encontros diários

Conhecidas como Daily, as reuniões diárias de acompanhamento com toda a equipe são uma prática prevista em métodos ágeis de gestão e planejamento de projetos de softwares. Mas podem ser muito úteis para equipes de todo tipo. Nestes encontros rápidos, cada pessoa deve responder o que fez ontem e o que vai fazer hoje, sinalizando se está encontrando alguma dificuldade na execução da tarefa. A prática é ótima para ajudar a definir prioridades e identificar problemas que possam estar impedindo o bom andamento do trabalho.

Diminua a distância dos liderados com reuniões individuais

Tão valiosos quanto as reuniões com o time completo são os contatos diretos com cada um dos colaboradores. Por isso vale a pena investir também em encontros individuais periódicos: as chamadas reuniões one-on-one (um a um).  “Nestas reuniões, fala-se pouco dos assuntos corporativos: 80% do tempo é investido em diminuir a distância entre líder e liderado”, ensina Dino, que começou a adotar a prática na Qualidados durante a pandemia. A ideia é criar oportunidades para que o gestor colabore com o desenvolvimento pessoal e profissional do colaborador, além de facilitar a troca de feedbacks.

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Nossa primeira auditoria remota

Pela primeira vez, nossas equipes se submeteram a uma auditoria externa de forma inteiramente virtual. De 23 a 25 de setembro, os auditores do órgão certificador Bureau Veritas conduziram, por meio de web conferência, auditorias parciais para a manutenção da nossa certificação nas normas ISO 9001 (Gestão de Qualidade) e ISO 14001 (Gestão Ambiental) e para a certificação na nova norma de Saúde e Segurança Ocupacional, a ISO 45001.

Ultrapassada com sucesso esta primeira etapa, o analista de Qualidade Tairone Freire conta que, ao final do ano, o Bureau Veritas deverá conduzir uma nova auditoria na Qualidados, desta vez presencialmente. Na opinião de Tairone, o grande desafio da auditoria virtual foi evitar que eventuais instabilidades na conexão com a internet prejudicassem o compartilhamento dos documentos solicitados pelos auditores.

Para driblar o problema, minimizando riscos, foram definidas algumas estratégias. Durante os dias da auditoria, um grupo de cinco colaboradores da Qualidados atuou no escritório da Sede para garantir o acesso a uma rede de Internet de qualidade, enquanto os demais permaneceram em home office. “O objetivo foi reforçar a segurança, já que na sede nós contamos com dois links de internet e também computadores extras”, explica Tairone, ao lembrar também que o grupo que atuou na Sede obedeceu a rigorosas medidas de SMS, utilizando máscaras e mantendo o distanciamento social.

O que falam de nós.

Depoimentos de pessoas que acompanharam a trajetória de 27 anos da Qualidados.

“Fui o primeiro fiscal de contrato da empresa na Refinaria Landulpho Alves (RLAM), há mais de 17 anos. Na época. nós nos tornamos referência em planejamento de paradas dentro da área de Abastecimento da Petrobras e a Qualidados nos ajudou muito neste processo. De lá para cá, a empresa teve uma evolução extraordinária, ganhando confiança no mercado graças à qualidade, competência e seriedade com que desenvolve suas atividades. Há muito o que comemorar nestes 27 anos de tantos desafios vencidos com louvor, de tantos empregos garantidos e de tantas pessoas dedicadas”.

Helder Passinho é gerente de Planejamento e Consultor de Gestão de Projetos da CIF Administração e Planejamento

“O crescimento expressivo registrado pela Qualidados no Ranking da Engenharia Brasileira reflete a incorporação pela empresa das novas demandas da engenharia nos segmentos de gerenciamento, projetos e consultoria. Tais demandas vão desde maior transparência até a gestão eficiente dos serviços prestados aos contratantes. Soma-se a isso a adoção, pela Qualidados, da tecnologia como ferramenta essencial no processo de acompanhamento das rotinas de trabalho. É visível também a preocupação da empresa com a inovação, caminho para enfrentar o futuro e vencê-lo”.

Augusto Diniz é editor-chefe da revista O Empreiteiro, que divulga anualmente o ranking com as maiores empresas de Engenharia do Brasil

“Conheci o Claudio Freitas, sócio-diretor da Qualidados em 1986, quando era chefe da divisão de oficinas da Ciquine, no Polo Petroquímico de Camaçari. Aquele deve ter sido um dos primeiros trabalhos dele, no setor de Caldeiraria.  Anos depois, ele saiu da Ciquine e juntou-se aos demais sócios da Qualidados. Como conhecíamos o seu trabalho, sempre que realizávamos paradas de manutenção nas unidades industriais da Ciquine, nós chamávamos a Qualidados. Seis meses antes do início dos serviços, eles estavam lá, iniciando o planejamento.  Confiávamos muito na empresa, porque eram excelentes profissionais. Desde então, nunca perdi de vista a Qualidados, acompanhando seu crescimento. O que posso dizer sobre o aniversário de 27 anos da empresa é que quem deixa um rastro positivo, de dedicação e competência, por onde passa, sempre é convidado – e é isso que a Qualidados continua fazendo”.

Napoleão Cotias é engenheiro aposentado, com 30 anos de atuação na Ciquine Cia Petroquímica

Em sintonia com nossos princípios e valores éticos.

Veja como o Compliance está ajudando as empresas a se reconectarem com seus valores durante a pandemia.

Às vezes, é quando somos confrontados com os maiores desafios que temos condições de ver com mais clareza a importância de buscar refúgio nos nossos princípios e valores mais essenciais. Esta lição simples – que vale para indivíduos e empresas – ajuda a entender o papel que a implantação do programa de Compliance pode desempenhar para organizações no mundo todo durante o difícil processo de superação dos grandes desafios provocados pela pandemia do coronavírus.

Surgidas pela aplicação da lei anticorrupção, e em decorrência da demanda do mercado por parte dos grandes clientes, as políticas sistemáticas de prevenção, detecção e resposta contra práticas antiéticas vêm sendo cada vez mais implementadas pelas empresas.

Os programas sistêmicos de compliance visam garantir que as organizações atuem em consonância com exigências éticas, integras e legais (o nome Compliance vem do inglês to comply – que significa “estar de acordo com”).  Nesse sentido, eles se apoiam em um sistema, com várias disciplinas e estratégias para prevenir, detectar e punir desvios, disseminando a cultura de valorização dos princípios éticos e íntegros nas organizações.

Responsabilidade social – Um dos maiores especialistas no assunto no país, o consultor José Guimarães – que é advogado, auditor e professor coordenador da Pós-Graduação em Compliance da Faculdade Baiana de Direito – lembra que, em momentos de crise, a necessidade de controle, atenção e combate a desvios e fraudes se torna ainda maior. Além disso, os programas na área têm ajudado as empresas a ver com mais clareza a importância do compromisso ético nas ações de resposta à pandemia e do desenvolvimento de ações de gestão, mitigação dos riscos, adequação à nova realidade dos clientes, e a responsabilidade social.

José Guimarães cita uma série de grandes empresas que têm processos de Compliance bem estabelecidos e, não por acaso, durante a pandemia, se destacaram por iniciativas de boa gestão de crise e atenção às prioridades adequadas, valorizando as pessoas e dando continuidade aos treinamentos. Além disso, o especialista cita também a visão com a responsabilidade social decorrente da atuação e da participação direta das lideranças de Compliance, tanto nas escolhas quanto nas metodologias e definições, com, inclusive, os Due Diligence de Integridade, com grandes ganhos na imagem e na valorização da marca.  É o caso, por exemplo, da BR Foods, que doou mais de R$ 50 milhões em alimentos, insumos médicos e no apoio a fundos de pesquisa e desenvolvimento social para combate à Covid-19, fora as ações solidárias e de doação diretas, e da 99 Táxi, que, entre outras ações, passou a  conceder desconto nas corridas para bancos de sangue e gratuidade no transporte até delegacias de mulheres vítimas de violência doméstica durante a pandemia. Ainda é possível citar a BRASKEM, que, além de várias iniciativas de doação, construiu um hospital de campanha e ajudou inúmeras prefeituras e hospitais, além da própria Petrobrás com um volume enorme de atuação filantrópica nesse sentido. Tem-se ainda várias outras, como Grupo Ype, PepsiCo, Odebrecht, AG, Marfrig Global Foods, Usiminas, Banco Itau, Vale, Grupo Votorantim, VW, iFood, Sanofi, TRONOX, Uplexis, ACCOR HOTELS, TecnipFMC.

Valores éticos – Desenvolvido desde junho de 2019 na Qualidados – com a consultoria de José Guimarães -, o Programa de Compliance também vem colaborando para reforçar, visibilizar, sistematizar e demonstrar ainda mais os valores éticos que embasam a atuação da empresa, com 27 anos de existência, desde sua fundação. “O fato de adotarmos um programa alicerçado nos pilares da integridade, da ética e da conformidade confere à Qualidados uma base sustentável para enfrentar qualquer situação”, acredita o sócio-diretor Claudio Freitas, ao ressaltar a preocupação da empresa, durante a pandemia, em cumprir de forma rigorosa os protocolos de saúde recomendados pelos órgãos competentes, além das regras estabelecidas pelas empresas clientes.

Integrante da equipe especial de investigação de denúncias apresentadas no Canal de Ética, criada, capacitada e treinada pelo Programa de Compliance, a coordenadora de Recursos Humanos da Qualidados Raquel Melo chama a atenção também para o modo como a empresa vem conseguindo ressignificar suas ações e se adequar às alterações geradas pela pandemia, sem gerar descontinuidade para o processo. “A prática do Compliance demonstra maturidade e segurança com transparência, estes são alguns ganhos que validam a missão e a visão da Qualidados, voltada para a ética e compromissos com os nossos clientes, fornecedores e colaboradores”, opina.

Coordenador do Compliance na Qualidados, Getúlio Botelho ressalta que durante a pandemia a empresa não só deu continuidade à iniciativa como está cada vez mais atingindo objetivos. “Estamos amadurecendo o programa com ações e treinamentos e debates. Como resultado, o programa está ficando mais forte, dando segurança à nossas ações e garantindo confiança e aumento de nossa reputação diante de nossos colaboradores e clientes”, resume Getúlio.

Preposta do contrato da Qualidados com a Petroquímica Suape, em Pernambuco, Poliane Pires testemunhou na prática os ganhos que o Compliance – e sua ênfase em valores éticos – podem trazer. Depois de participar do treinamento sobre o tema, Poliane comentou a experiência com o seu fiscal de contrato, que participou de um evento virtual com o consultor José Guimarães e começar a aplicar o conhecimento em suas atividades do dia a dia. “Percebi que a adesão ao Compliance é algo que pode trazer um diferencial competitivo muito grande na conquista de novos contratos, porque demonstra a seriedade dos nossos princípios na prática, com todas as evidencias necessárias para comprová-los”, conclui Poliane.

Certamente a Qualidados Engenharia, de forma bem planejada e visionária, está saindo bem preparada e fortalecida com o Programa de Compliance, que evidentemente não caminha sozinho, tem também o forte apoio de um excelente programa de Governança que foi bem implantado, além do apoio total da alta administração, líderes e funcionários, superando os desafios, fechando novos contratos, crescendo e contratando mesmo diante da Covid19.

Como planejar quando o mundo gira mais rápido?

Desafios da pandemia nos ajudam a refletir sobre a importância de dar flexibilidade e dinamismo aos nossos processos de planejamento.

Em fevereiro deste ano, quando a Qualidados estava revisando o seu Planejamento Estratégico, o home office era para nós uma aposta para o futuro. A ideia era desenvolver um projeto piloto, testar sua viabilidade, e só então decidir ou não pela implementação. Menos de um mês depois, impulsionados pela urgência de distanciamento social, encaramos e ultrapassamos o desafio de, em três dias, criar condições para manter 100% da equipe da Sede – e boa parte dos profissionais dos contratos – trabalhando remotamente. Tudo isso sem gerar prejuízos para a produtividade.

Este é apenas um exemplo de como a pandemia do coronavírus tem nos obrigado a revisitar, com uma agilidade até então impensável, não apenas as nossas práticas cotidianas como nossos planos, estratégias e objetivos para o futuro. A pandemia trouxe desafios, levantou questionamentos, sugeriu mudanças e redefiniu cenários no que diz respeito às nossas finanças, ao mercado, à legislação, às práticas de saúde e saúde ocupacional, ergonomia e até na definição do perfil profissional demandado nos recrutamentos.  Sintonizada com novidades e tendências mais atuais do mundo corporativo – e com uma cultura de inovação já consolidada – a equipe Qualidados pôde se adaptar aos novos cenários com facilidade, encarando os desafios de forma tranquila e receptiva.

Penso que toda esta experiência nos impulsiona a refletir também sobre planejamento. Como planejar em meio a incertezas? Como traçar objetivos e metas para um horizonte de cinco anos, quando a realidade à nossa volta se reconfigura em espaços de tempo muito mais curtos?

A Qualidados começou a investir em Planejamento Estratégico, ainda quando era uma microempresa. Desde 2004, estive envolvida nos nossos processos de implantação de modelos de Planejamento Estratégico, a princípio adotando os critérios do Prêmio Nacional de Qualidade (PNQ); mais tarde, com a metodologia Balanced Scorecard (BSC).  O Planejamento Estratégico é algo que faz parte da cultura da nossa empresa, e foi por conta disso que, a partir dos desafios trazidos pela pandemia do coronavírus, nos engajamos nos últimos meses num esforço de revisão para garantir a aderência do documento à nova realidade.

Creio que esta experiência rica proporciona um ponto de partida interessante para repensar dinâmicas de planejamento, apontando inclusive para algumas vantagens da adoção de métodos ágeis.  Em gestão de projetos, o modelo de entrega ágil é caracterizado por ciclos curtos e incrementais, que ajudam a conferir mais flexibilidade ao processo de desenvolvimento de produtos, de tal modo que ajustes e  adaptações a novos cenários podem ser feitos de forma mais  dinâmica.

No atual momento, muitas incertezas ainda pairam sobre o impacto da pandemia em nossos negócios. Não sabemos, por exemplo, até que ponto o home office será algo incorporado em larga escala pelas empresas após este período, ou se a maioria irá tender a abandonar a prática, como uma contingência do passado. Creio que o mais importante, no entanto, é que toda esta situação tem muito a nos ensinar sobre a importância de, num mundo que gira cada vez mais rápido, saber cultivar flexibilidade e agilidade na hora de traçar nossos caminhos rumo ao futuro.

O que ganhamos com as crises?

Dos desafios iniciais à pandemia, veja lições das crises que ajudaram a Qualidados a chegar aos 27 anos entre os destaques do Ranking da Engenharia Brasileira.

Poucos dias antes de comemorar, em 31 de agosto, seu aniversário de 27 anos, a Qualidados recebeu um presente especial. Em um evento on-line que atraiu mais de 4 mil acessos, reunindo alguns dos mais importantes empresários do País, a revista O Empreiteiro elegeu a empresa baiana como um dos destaques  do Ranking da Engenharia Brasileira 2020, que este ano avaliou 370 construtoras, projetistas, companhias de montagem industrial e firmas de serviços de engenharia.

Entre as empresas do segmento projetos e consultoria, a Qualidados foi eleita a segunda maior do Norte e Nordeste.  No ranking nacional por receita, ficou em 28o lugar entre as projetistas e gerenciadoras e em 21o na lista das maiores variações de receita do segmento projetos e consultoria, graças a um respeitável crescimento de 36% no ano.

O desempenho positivo ganha um sentido especial diante dos desafios que a crise gerada pela pandemia do coronavírus trouxe não só para a Qualidados, mas para todo o setor. Não é a primeira vez, no entanto, que reviravoltas no mercado obrigam a empresa baiana a se reinventar, testando a sua capacidade de sobrevivência. E foi pensando nisso que resolvemos contar um pouco da história de alguns dos principais desafios enfrentados pela empresa nestes 27 anos, e as lições aprendidas com a sua superação. Confira:

            Estratégia inicial – Quando a Qualidados surgiu, em 1993, o Brasil passava por uma crise econômica, com inflação galopante. Ainda assim, o Polo de Camaçari vivia uma fase efervescente, com interesse crescente por ferramentas de TI para planejamento, acompanhamento e controle de serviços de engenharia. Funcionários de empresas no Polo, os engenheiros Maurício Simões e Luiz Henrique Costa viram neste cenário a oportunidade de abrir seu próprio negócio, oferecendo ao mercado serviços de gerenciamento de projetos com um diferencial: a associação entre engenharia e tecnologia da informação.  Maurício conta que os primeiros cinco anos da Qualidados “foram muito duros, mas dentro da normalidade, como acontece com qualquer empresa nova”.  O acerto da estratégia inicial permitiu que a empresa se consolidasse como fornecedora de serviços ao Polo.

A chegada dos anos 2000 foi marcada pelo ingresso na empresa de um novo sócio, o engenheiro Claudio Freitas.  O contexto era de expansão das atividades da empresa para os serviços de gestão e planejamento de paradas de manutenção. “Como era uma atividade na qual tinha uma grande experiência, surgiu uma sinergia interessante nesse processo”, explica Claudio, ao contar que seu ingresso coincidiu também com a conquista do primeiro contrato de planejamento de paradas na Ciquine (empresa do Polo onde havia atuado), além de ter culminado com o primeiro contrato da Qualidados com a Petrobras, por meio da Refinaria Landulpho Alves (RLAM))
“Muitos dos desafios vividos pela empresa ao longo de sua primeira década estavam ligados aos fluxos de retração e expansão do Polo”,  analisa Jane Carvalho,  que ingressou na empresa em 2001, a princípio como colaboradora e depois como sócia-diretora. Como exemplo de mudanças de impacto no Polo, Jane cita a reestruturação de capitais que resultou na aquisição da antiga Copene pelo consórcio Odebrecht/Mariani, com a criação da Braskem.  Em 2002 – depois da experiência bem-sucedida de prestação de serviços para a Petrobras/RLAM, a Qualidados fechou seu primeiro contrato fora da Bahia, iniciando um ciclo de expansão de fronteiras.

            Gestão responsável – Já os anos de 2009 e 2010 foram marcados por uma forte retração na economia internacional, que gerou reflexos para a indústria do Brasil e, consequentemente, para a Qualidados, a essa altura já consolidada como fornecedora de grandes empresas como Petrobras e Gerdau. Apesar dos desafios, Maurício conta que a empresa conseguiu sair fortalecida dos abalos do mercado.

Um dos fatores que contribuíram para isso foram os investimentos contínuos em gestão. “Fomos pioneiros na certificação pelo Sistema de Gestão, e investimos em Planejamento Estratégico desde que éramos uma microempresa”, recorda Jane.  Para ela, porém, o que levou de forma decisiva a Qualidados a sobreviver a esta – e também a outras crises – foi a ênfase em uma gestão sustentável e responsável. “Vimos muitos fornecedores que trabalhavam com preços baixos na esperança de crescer rapidamente quebrarem porque a Petrobras mudou a sua política contratual e eles não tinham provisionado recursos para honrar seus compromissos”, conta.

Diversificando o portfólio –  A crise mais difícil foi a gerada pela redução drástica nos investimentos da Petrobras, como reflexo das atividades da Operação Lava Jato.  “Havíamos criado uma plataforma de atendimento diferenciada para atender à Petrobras e a demanda era tamanha que não nos preocupamos em diversificar o portfólio de clientes”, recorda Maurício. Surpreendidos pela suspensão de vários contratos – num momento em que a empresa vinha investindo e crescendo de forma acelerada – os sócios foram obrigados a repensar sua estratégia de negócio.

Mais uma vez, a solidez da empresa, proporcionada pelo foco na gestão responsável, fez toda a diferença – mas algumas lições fundamentais ficaram da experiência. “Aprendemos, entre muitas outras coisas, a importância de não colocar todos os ovos na mesma sacola e de valorizar os colaboradores que fazem diferença em qualquer situação”, resume o empresário.

E a pandemia? – Agora, diante das turbulências geradas pela pandemia, a Qualidados foi obrigada a responder de forma ainda mais ágil. Um comitê de gerenciamento de crise foi criado logo no início da pandemia e um trabalho intensivo foi feito junto aos clientes, para garantir a continuidade dos contratos.  Estas e outras medidas, e empenho de toda a equipe, fizeram com que a Qualidados se adaptasse ao novo cenário com mais facilidade do que o esperado. Para Jane Carvalho, o resultado pode ser reflexo dos investimentos em inovação mantidos pela empresa desde 2014. “A cultura de inovação é justamente isso: tomar decisões de forma ágil, trabalhar de modo colaborativo, e aprender a conviver com o risco”, ensina. “Hoje, com certeza, estamos mais preparados para enfrentar as incertezas dos momentos de crise do que no passado”, resume.

 

Oito dicas para sobreviver a crises

Veja as recomendações de Maurício Simões para empreendedores

  1. Esteja sempre preparado para uma crise: mais cedo ou mais tarde ela chegará.
  2. Nunca pense que já chegou a pior fase da crise. Sempre existe mais um degrau a descer, e é preciso estar preparado para ele.
  3. Torne os seus processos mais simples e ágeis. Assim, você possibilita mudanças rápidas, caso seja preciso.
  4. Pense fora da caixa. Às vezes, em situações extremas os métodos tradicionais não dão certo e, ao exercitar o diferente, novos horizontes se abrem.
  5. Experimente formas diferentes de trabalhar. Valorize as entregas (qualidade e tempo) em detrimento da hora trabalhada. Mas estabeleça com clareza o que espera de cada colaborador.
  6. Mantenha e aprimore os bons líderes, e valorize os seus colaboradores. São eles que podem suportar a onda junto com você.
  7. Seja proativo nos acordos comerciais. Não deixe para mitigar os riscos depois: você pode não ter mais esta oportunidade.
  8. Acima de tudo, cresça de forma sustentável, mantendo suas provisões em dia e preparando um caixa para os imprevistos.