O Impacto Positivo do Compliance para os Negócios

Atender às expectativas de mercado, hoje, é ir além das paredes físicas da empresa para interagir com a sociedade, seja nos temas sociais, nos temas ambientais ou nos energéticos de forma íntegra. Nesse paradigma contemporâneo, uma das mais importantes transformações é a exigência legal de governos, de clientes, das empresas parceiras e da sociedade pela transparência e compliance nos negócios. O comportamento antiético, atos impróprios e tratativas fraudulentas não são mais tolerados. Os bons negócios entre grandes players de mercado são conquistados com uma postura ética, correta, em conformidade com as leis, normas e regras.

A Qualidados está completamente inserida na consolidação dos ecossistemas de negócios cada vez mais éticos, íntegros e transparentes. Para tanto, com total apoio da alta direção, desenvolvemos na empresa um programa de compliance baseado nas melhores práticas mundiais, nos três Pilares de Prevenção, Detecção e Resposta e suas disciplinas, com Código de Ética e Conduta, Políticas e Procedimentos, Canal de Ética, 0800, seguro, anônimo, autônomo e independente, feito por empresa especializada, que visa identificar e recepcionar as informações, contribuições ou denúncias, para serem tratadas e respondidas, para combatermos quaisquer tipos de desvios de comportamento ou conflitos de interesse.

Por meio do Sistema de Compliance e atuação do nosso time, coordenado pelo Compliance Officer, a Qualidados detém meios para prevenir, detectar e contrapor atos ilegais e antiéticos. O código e as normas, treinamento e capacitações têm por finalidade incentivar a cultura de respeito, lealdade e integridade, interna e externamente, em todos os relacionamentos.

Fortalecer a cultura ética estimula um ambiente de negócios seguro e estável, mas vai bem além da publicação de documentos e regras. É necessário envolver todas as pessoas da instituição por meio de treinamentos periódicos com os colaboradores. Esses são momentos de intensa troca e aprendizado coletivo sobre ética, integridade, vida, profissionalismo e trabalho em equipe, como os que realizamos mensalmente na Qualidados.

A necessidade e desenvolvimento desse enraizamento de cultura, cuidado com os nossos valores e capacitação constante é coordenada, com o apoio da alta direção, por nosso Compliance & Governance Officer, José Guimarães:

“O caminho de construção de identidade e integridade da empresa não é uma linha reta, mas um longo processo de evolução, de alinhamento dos nossos valores, da nossa imagem e da nossa capacidade de impacto e realizações”.

Dessa forma, para dar prosseguimento a esse processo de alinhamento dos padrões de conduta, realizamos, na Qualidados, o Treinamento do Código de Ética de Julho 2022, com foco na cultura e nas pessoas.

Como convidado especial desse mês de julho, tivemos a excelente participação de Marcio Consentino Filho, da 3R Petroleum, compartilhando conosco o brilhante Programa de Compliance implantado por eles. Houve muita interação dos nossos novos funcionários, com avaliação geral de entendimento, testemunhos e feedbacks, incluindo a alta direção. Afinal, a Cultura e Política de Compliance se estabelece de forma verticalizada, partindo dos líderes da empresa e alcançando todos os colaboradores, mas com o foco de que a responsabilidade sempre é de todos nós.

Nestes tempos complexos, outro ponto importante é que o nosso Programa de Compliance tem a preocupação de estar bem focado e próximo aos negócios da empresa e da operação, auxiliando e apoiando em todos os sentidos. Os investimentos em tempo e recursos em todos os eventos de aprendizagem demonstram que estamos todos comprometidos em continuar a construir uma empresa sólida, eficiente e próspera, que alinha suas práticas a seus valores e sua missão.

Os resultados são demonstrados na qualidade dos novos contratos fechados e na credibilidade do mercado e de nossos clientes e reafirmam o quanto a integridade e propósitos éticos influenciam cada vez mais positivamente o mercado e aperfeiçoam a competência, eficiência e atração de novos talentos para a Qualidados.

Sem ética não tem solução

As exigências de integridade para fornecedores foram um dos temas abordados por executivos da Transpetro em reunião de Comissão de Compliance Nacional.

Num prazo muito curto, as empresas que não tiverem programas de Compliance implementados de forma efetiva tenderão a não conseguir mais contratar nem ser contratadas. O alerta foi dado por executivos da Transpetro durante a 124a reunião da Comissão de Compliance Nacional, uma iniciativa promovida pelo JG Compliance Group com apoio da Qualidados.

O evento virtual – que já está disponível no YouTube (https://youtu.be/qJgozrPvxb4) – reuniu nomes de destaque na área como o ex-diretor executivo de Governança e Compliance da Petrobas, Marcelo Zenkner, e também foi prestigiado por gerentes de contrato e prepostos da Qualidados. Convidados pelo consultor e agora Compliance Officer da Qualidados, José Guimarães, os executivos da Transpetro mostraram em detalhes as diversas atividades da empresa na área de Integridade, Governança e Compliance.

A apresentação foi conduzida pelo gerente executivo de Governança, Conformidade e Jurídico da Transpetro, Fábio Wagner, pelo gerente geral de Governança e Conformidade da empresa Tude Brum, e pela gerente de Conformidade Carolina Soares.

Entre os temas abordados, estiveram alguns itens de especial interesse para prestadores de serviço, como as análises do Duo Diligence de Integridade, um relatório que resulta na atribuição pela Transpetro de Graus de Risco de Integridade (GRI) a seus potenciais fornecedores e clientes. “Trata-se de um levantamento bastante sério, e os fornecedores avaliados com Grau de Risco alto são proibidos de participar de processos licitatórios”, ressaltou o gerente geral Tude Brum.

Na opinião do consultor José Guimarães, a Transpetro conta com atividades fortíssimas na área de Governança e Conformidade, que se refletem desde o seu organograma e valores até o sistema de integridade estruturado com base nas melhores práticas mundiais, com processo investigativo eficiente e bem instrumentalizado e foco na prevenção da corrupção por meio de ações de comunicação e capacitação. “São iniciativas de treinamento fantásticas, direcionadas inclusive aos fornecedores”, elogia o consultor, ao citar como exemplo do 1o Encontro de Conformidade com Clientes e Fornecedores da Transpetro, ocorrido no último mês de junho.

Cada vez mais Compliance

Programa ingressa em novo ciclo com contratação de especialista e ações para enraizar cultura da ética e garantir mais competitividade à Qualidados.

O Compliance está ingressando em um novo ciclo na Qualidados. Após a conclusão, em março deste ano, do processo de implantação do seu Programa de Compliance, Governança e Risco, a empresa está dando novos e importantes passos para aprimorar ainda mais os processos que permitem prevenir, detectar e responder a atos ilegais e antiéticos, reforçando a cultura de ética e integridade nos mais diversos níveis da organização.

Uma das novidades deste ciclo é a contratação do advogado José Guimarães – que atuou como consultor durante a fase de implantação do programa – para assumir o papel de Compliance Officer da Qualidados. Um dos maiores especialistas no assunto no país, o auditor – que é também coordenador do curso de Pós-Graduação em Compliance da Faculdade Baiana de Direito – faz um balanço positivo das ações desenvolvidas pela empresa até agora.

“Nós construímos um bom Código de Ética, elaboramos políticas e procedimentos adequados, investimos em comunicação estratégica; tudo isso associado à criação de um canal de denúncia externo eficiente, à formação de uma equipe com investigadores e auditores, e de um comitê de ética autônomo e independente”, resume o consultor, ao ressaltar também que o programa foi responsável por mais de 250 horas de treinamentos e capacitações que mobilizaram todo o efetivo da empresa.

Amadurecimento – Concluído este ciclo, o maior desafio agora é dar continuidade à iniciativa, de modo a promover um amadurecimento do Compliance na organização. “Quando plantamos uma semente, nós cuidamos da árvore para que ela cresça e dê frutos; da mesma forma, precisamos fazer com que o sistema avance de modo a gerar todos os benefícios que ele é capaz de proporcionar para a empresa, seus funcionários, clientes e fornecedores”, resume o especialista.

Nesse contexto, uma das principais frentes de atuação estará na elaboração de normas, procedimentos e políticas que contribuam para a evolução da disseminação e aprofundamento da cultura de integridade, de modo a colaborar com o incremento das iniciativas de negócio da empresa. “Cada vez mais, as empresas clientes vêm fazendo exigências que envolvem apresentação de documentos e elaboração de relatórios longos e complexos que são determinantes para a contratação”, relata o consultor.

GRI e certificação – José Guimarães lembra ainda que grandes contratantes em operação no Brasil hoje – como, Transpetro, Braskem e Usiminas – já adotam a análise do Grau Risco de integridade (GRI) como critério de contratação, descartando fornecedores classificados com GRI alto.  No caso da Qualidados, uma das metas do Programa de Compliance é garantir que avaliação de Grau de Risco de Integridade da empresa caia do patamar médio para baixo, ampliando a confiança dos contratantes.

Outro desafio importante neste novo ciclo será o processo de certificação pela recém-publicada norma internacional ISO 37.301, que especifica requisitos e fornece diretrizes para estabelecer, desenvolver, implementar, avaliar, manter e melhorar os Sistemas de Gerenciamento de Compliance das organizações. A certificação pela norma é vista como uma demonstração ao mercado do comprometimento da empresa com práticas de anticorrupção e conformidade legal.

Momento Compliance

Em sintonia com o Código de Ética e Conduta, nossa Missão, Visão e Valores.

Você sabe o que significam a missão e a visão de uma empresa?  As organizações bem-sucedidas, como a Qualidados, se diferenciam por adotarem a prática de definir e divulgar missão, visão e valores do seu negócio.  Estas declarações são um poderoso recurso para as empresas não só inspirarem seus colaboradores, como planejarem de forma eficaz suas estratégias.

A missão é o detalhamento da razão de ser de uma empresa, o porquê da sua existência.  Também podemos defini-la como uma declaração concisa do propósito fundamental da empresa, aquilo que está no seu DNA.  A Visão mostra onde o empreendedor quer chegar, como ele visualiza o estado futuro do seu negócio e a direção para onde ele deseja orientar seus esforços.

A seguir, você confere a missão e a visão expressas no Código de Ética e Conduta da Qualidados, No próximo Momento Compliance, falaremos dos Valores.

MISSÃO

  • Garantir soluções em engenharia com inovação, integridade, pessoas, gestão e melhorias práticas.

VISÃO

  • Ser uma marca de referência nacional.

Quem precisa seguir o Código de Ética e Conduta?

Confira todos que devem cumprir as normas estabelecidas no documento da Qualidados:

  • Acionistas;
  • Membros do conselho e das diretorias;
  • Colaboradores, incluindo empregados, estagiários e trabalhadores terceirizados, que atuam nas dependências da empresa ou em outros ambientes designados por ela.

Qualquer pessoa física ou jurídica que atue em nome da empresa ou a represente, a exemplo de advogados, consultores, parceiros de negócios e fornecedores.

Artigo | Compliance & perspectivas para 2021: uma visão otimista!

Por José Guimarães, auditor, advogado, presidente da Comissão Compliance Nacional Online e coordenador do curso de Pós-graduação em Compliance da FBD

Estamos iniciando o ano e, sem dúvidas, com muitos aprendizados de 2020 para a área de Compliance. Numa brevíssima retrospectiva, podemos afirmar que, inicialmente, a visão do Compliance era essencialmente detectiva. Desde a sua origem, o Compliance estava focado na análise do cumprimento de normas, políticas e procedimentos. Com o passar do tempo, os desequilíbrios econômicos entre competidores íntegros e corruptos foram se tornando públicos, assim como se tornaram mais condenáveis os atos de corrupção, por sua capacidade de quebrar grandes empresas. Este cenário deu origem ao que chamamos de implementação mundial das leis anticorrupção.

Foram justamente as situações de crise e corrupção – como o caso Siemens e a própria operação Lava Jato – que fizeram com que o sistema de Compliance, integridade e ética corporativa começasse a ser visto mais amplamente como estratégia necessária e efetiva para o combate à fraude, aos desvios e à corrupção.

Costumo dizer que, com a Operação Lava Jato, “o Brasil remiu 30 anos em 5 anos”, se levarmos em conta o tempo que demorou para a lei americana anticorrupção sair do papel. Hoje, já temos uma realidade bem diferente daquela vivida no passado recente, principalmente do ponto de vista das grandes empresas contratantes, que passaram a estar sujeitas a assumir responsabilidade objetiva por atos de seus parceiros e fornecedores.

Neste contexto, houve uma evolução clara para o Compliance, que deixou de adotar uma perspectiva meramente detectiva para assumir uma visão sistêmica integrada, com foco ampliado em três grandes pilares. O primeiro deles é o pilar da prevenção, composto pelo apoio concreto e real da alta administração e por iniciativas nas áreas de governança, análise de riscos, Código de Ética, políticas, procedimentos, treinamento, comunicação, gestão de fornecedores e terceiros, além, em minha visão, da implantação do canal de denúncias. O segundo pilar é o da detecção, que inclui o canal de denúncias propriamente dito e as atividades das equipes de investigação, auditoria e controles. Já o terceiro pilar é o da resposta, com o Comitê de Ética como instancia decisória para a aplicação das medidas punitivas.

Esta evolução no valor e importância do Compliance pode ser observada claramente quando analisamos o seu conceito. Há seis anos, as definições de Compliance se resumiam a duas linhas de elementos básicos. Hoje, o conceito absorveu uma série de fatores e, para entendermos a dimensão e o alcance desta transformação, trago para vocês o meu próprio conceito de Compliance. Trata-se do “sistema de gestão implantado para evidenciar que as empresas públicas e privadas estão de acordo com a lei, a ética, a integridade, o Código de Ética, as normas, políticas, procedimentos, sustentabilidade, dignidade humana, e a governança adequada, com a finalidade de desenvolver a prevenção, detecção e punição dos atos ilegais e antiéticos, com o objetivo de combater a fraude e a corrupção, mitigar os riscos estratégicos, de imagem, reputação, enraizando cultura humanizada de integridade, inclusão e antidiscriminação, gerando economicidade, ambiente íntegro, seguro e sustentável, vida longa e próspera para as organizações, pois é bom para todos”.

O próprio Governo Federal – por meio da PF, CGU, e Ministérios da Saúde, Infraestrutura e Agricultura – vem exercendo um papel importante, implantando programas de Compliance e combate à corrupção nos órgãos e empresas estatais federais, num exemplo seguido por vários estados e algumas capitais.

Portanto, e especialmente após este primeiro ano de pandemia, saímos de um modelo de Compliance barroco para um modelo de Compliance moderno. Com a necessidade de maior agilidade, eficiência e sentido, as empresas e o mercado vêm valorizando a implantação e gestão dos programas de Compliance e Integridade, em todos os sentidos, e em especial com muitos treinamentos, pois se viu a importância da iniciativa e a diferença entre empresas que tinham programas nesta área (e conseguiram sair fortalecidas do processo) e as que não tinham, e se enfraqueceram, em decorrência da luta intensa para preservar seus caixas e combater fraudes, em evolução crescente, com o home office e a migração para o ambiente virtual.

O que percebemos ouvindo em 2020 executivos de Compliance de mais de 40 grandes empresas na Comissão de Compliance Nacional (veja aqui o canal do YouTube), foi que os grandes clientes estão muito atentos e investindo em seus programas de Compliance e Integridade, não só com foco na valorização de marca e imagem (com o Compliance associado à responsabilidade social) -, mas, principalmente, também com a adoção de graus de riscos de integridade para os seus fornecedores.  Hoje, a Petrobras, Braskem, AG, Vale, Pepsico, Danone, BRF Foods, Embraer, NOVONOR, Siemens, CCR, MRV, Localiza, Ifood, 99, TechnipFMC, Grupo Solvi, ENAUTA, Grupo Votorantim, Volkswagen do Brasil, ArcelorMittal Brasil, Ambev, USIMINAS, YPERA LifeSciences, Hospital Israelita Albert Einstein, Votorantim Cimentos, AthiéWohnrath, Accor, e muitos outros grandes contratantes do país, não têm interesse em fornecedores com Grau Risco de integridade Alto (GRI alto)  Por sua vez, os fornecedores que estão com  programas de integridade em implementação ou implantados, e classificados com GRIs em nível médio e/ou baixo, certamente estão sendo beneficiados.

É claro que existe um longo caminho pela frente, mas estamos otimistas. O Compliance em 2021 vai continuar crescendo e diferenciando fornecedores, clientes e empresas. Haverá investimentos na contratação de especialistas certificados, em tecnologia, capacitação e integração de sistemas de CGR, além de certificações internacionais ISO 37001, principalmente porque os empresários estão entendendo que realmente Compliance é um bom investimento, ainda mais agora com as mudanças na lei de licitações, que vai passar a trazer conceitos de Compliance como análise de riscos (inc. 26, art. 6º.; art. 102), sustentabilidade, impactos ambientais e certificações, além de controles das contratações e outros (artigo 168),  que integram o projeto da nova legislação.

Em sintonia com nossos princípios e valores éticos.

Veja como o Compliance está ajudando as empresas a se reconectarem com seus valores durante a pandemia.

Às vezes, é quando somos confrontados com os maiores desafios que temos condições de ver com mais clareza a importância de buscar refúgio nos nossos princípios e valores mais essenciais. Esta lição simples – que vale para indivíduos e empresas – ajuda a entender o papel que a implantação do programa de Compliance pode desempenhar para organizações no mundo todo durante o difícil processo de superação dos grandes desafios provocados pela pandemia do coronavírus.

Surgidas pela aplicação da lei anticorrupção, e em decorrência da demanda do mercado por parte dos grandes clientes, as políticas sistemáticas de prevenção, detecção e resposta contra práticas antiéticas vêm sendo cada vez mais implementadas pelas empresas.

Os programas sistêmicos de compliance visam garantir que as organizações atuem em consonância com exigências éticas, integras e legais (o nome Compliance vem do inglês to comply – que significa “estar de acordo com”).  Nesse sentido, eles se apoiam em um sistema, com várias disciplinas e estratégias para prevenir, detectar e punir desvios, disseminando a cultura de valorização dos princípios éticos e íntegros nas organizações.

Responsabilidade social – Um dos maiores especialistas no assunto no país, o consultor José Guimarães – que é advogado, auditor e professor coordenador da Pós-Graduação em Compliance da Faculdade Baiana de Direito – lembra que, em momentos de crise, a necessidade de controle, atenção e combate a desvios e fraudes se torna ainda maior. Além disso, os programas na área têm ajudado as empresas a ver com mais clareza a importância do compromisso ético nas ações de resposta à pandemia e do desenvolvimento de ações de gestão, mitigação dos riscos, adequação à nova realidade dos clientes, e a responsabilidade social.

José Guimarães cita uma série de grandes empresas que têm processos de Compliance bem estabelecidos e, não por acaso, durante a pandemia, se destacaram por iniciativas de boa gestão de crise e atenção às prioridades adequadas, valorizando as pessoas e dando continuidade aos treinamentos. Além disso, o especialista cita também a visão com a responsabilidade social decorrente da atuação e da participação direta das lideranças de Compliance, tanto nas escolhas quanto nas metodologias e definições, com, inclusive, os Due Diligence de Integridade, com grandes ganhos na imagem e na valorização da marca.  É o caso, por exemplo, da BR Foods, que doou mais de R$ 50 milhões em alimentos, insumos médicos e no apoio a fundos de pesquisa e desenvolvimento social para combate à Covid-19, fora as ações solidárias e de doação diretas, e da 99 Táxi, que, entre outras ações, passou a  conceder desconto nas corridas para bancos de sangue e gratuidade no transporte até delegacias de mulheres vítimas de violência doméstica durante a pandemia. Ainda é possível citar a BRASKEM, que, além de várias iniciativas de doação, construiu um hospital de campanha e ajudou inúmeras prefeituras e hospitais, além da própria Petrobrás com um volume enorme de atuação filantrópica nesse sentido. Tem-se ainda várias outras, como Grupo Ype, PepsiCo, Odebrecht, AG, Marfrig Global Foods, Usiminas, Banco Itau, Vale, Grupo Votorantim, VW, iFood, Sanofi, TRONOX, Uplexis, ACCOR HOTELS, TecnipFMC.

Valores éticos – Desenvolvido desde junho de 2019 na Qualidados – com a consultoria de José Guimarães -, o Programa de Compliance também vem colaborando para reforçar, visibilizar, sistematizar e demonstrar ainda mais os valores éticos que embasam a atuação da empresa, com 27 anos de existência, desde sua fundação. “O fato de adotarmos um programa alicerçado nos pilares da integridade, da ética e da conformidade confere à Qualidados uma base sustentável para enfrentar qualquer situação”, acredita o sócio-diretor Claudio Freitas, ao ressaltar a preocupação da empresa, durante a pandemia, em cumprir de forma rigorosa os protocolos de saúde recomendados pelos órgãos competentes, além das regras estabelecidas pelas empresas clientes.

Integrante da equipe especial de investigação de denúncias apresentadas no Canal de Ética, criada, capacitada e treinada pelo Programa de Compliance, a coordenadora de Recursos Humanos da Qualidados Raquel Melo chama a atenção também para o modo como a empresa vem conseguindo ressignificar suas ações e se adequar às alterações geradas pela pandemia, sem gerar descontinuidade para o processo. “A prática do Compliance demonstra maturidade e segurança com transparência, estes são alguns ganhos que validam a missão e a visão da Qualidados, voltada para a ética e compromissos com os nossos clientes, fornecedores e colaboradores”, opina.

Coordenador do Compliance na Qualidados, Getúlio Botelho ressalta que durante a pandemia a empresa não só deu continuidade à iniciativa como está cada vez mais atingindo objetivos. “Estamos amadurecendo o programa com ações e treinamentos e debates. Como resultado, o programa está ficando mais forte, dando segurança à nossas ações e garantindo confiança e aumento de nossa reputação diante de nossos colaboradores e clientes”, resume Getúlio.

Preposta do contrato da Qualidados com a Petroquímica Suape, em Pernambuco, Poliane Pires testemunhou na prática os ganhos que o Compliance – e sua ênfase em valores éticos – podem trazer. Depois de participar do treinamento sobre o tema, Poliane comentou a experiência com o seu fiscal de contrato, que participou de um evento virtual com o consultor José Guimarães e começar a aplicar o conhecimento em suas atividades do dia a dia. “Percebi que a adesão ao Compliance é algo que pode trazer um diferencial competitivo muito grande na conquista de novos contratos, porque demonstra a seriedade dos nossos princípios na prática, com todas as evidencias necessárias para comprová-los”, conclui Poliane.

Certamente a Qualidados Engenharia, de forma bem planejada e visionária, está saindo bem preparada e fortalecida com o Programa de Compliance, que evidentemente não caminha sozinho, tem também o forte apoio de um excelente programa de Governança que foi bem implantado, além do apoio total da alta administração, líderes e funcionários, superando os desafios, fechando novos contratos, crescendo e contratando mesmo diante da Covid19.

O que nossa equipe aprende com a crise?

Confira nosso diário de bordo sobre o impacto da pandemia na empresa, com relatos de ações empreendidas, desafios, estratégias e lições aprendidas.

Saúde

Nossa prioridade são as pessoas

Assim que surgiram as notícias do vírus ao Brasil, a Qualidados tomou precauções, disponibilizando álcool em gel nos banheiros e nas áreas de circulação da Sede.  Também criou um Comitê de Prevenção para o Coronavírus, com o objetivo de analisar a evolução da doença e ajudar a diretoria a tomar decisões. Uma das primeiras medidas do grupo foi lançar um boletim com regras para orientar colaboradores com suspeita de infecção. Seguindo as recomendações do Ministério da Saúde, quem tivesse sintomas de gripe ou resfriado deveria ficar sete dias em casa, sem precisar de atestado médico. Na sequência, veio a decisão de manter toda a Sede em home office e negociar com os clientes para que o regime fosse estendido às equipes externas, sempre que possível. Tudo isso para preservar ao máximo à saúde dos colaboradores.

Antes de mais nada, nosso foco nesta crise são os nossos colaboradores. Por isso, a gente tomou todas as medidas preventivas e adotou as melhores práticas recomendadas pelas principais entidades na área de Saúde.”

Jane Carvalho, sócia-diretora

Acho que esta crise vai ajudar a tornar a sociedade consciente de que o coletivo é mais importante que o individual. Afinal, as ações coletivas acabam nos afetando individualmente. Na Qualidados, notamos a preocupação das pessoas em se proteger para proteger as outras pessoas. É um aprendizado que vai ficar para todos nós”.

Kleiton Santana, técnico de segurança

 

Mercado e finanças

Hora de se manter firme

O momento é de incerteza.  Se até outro dia o horizonte era de crescimento econômico, agora os analistas apontam para um futuro de recessão. O governo federal já ajustou sua projeção do PIB 2020 para pífios 0,02% e o mercado já projeta uma recessão da ordem de quase – 5%. Diante da perspectiva de retração dos novos investimentos, a Qualidados se mantém firme, monitorando o mercado e as legislações e reorientando o seu foco para os contratos na área de Operação e Manutenção. A ideia é se preparar para atender à demanda das indústrias que, após a desaceleração produtiva, vão precisar, mais do que nunca, de soluções eficientes e inovadoras para reduzir custos e aumentar a produtividade.

“Unida à crise do coronavírus, temos a crise entre Rússia e Arábia Saudita que pressiona os preços internacionais do petróleo, fazendo com que grandes produtores como a Petrobras reduzam sua produção. O momento é de serenidade e reforçar laços com nossos atuais clientes. A prioridade do momento é a manutenção dos níveis de excelência nos contratos atuais e preparação para a retomada”.

Everaldo Sena, gerente comercial

“Precisamos manter a empresa firme para que ela possa atravessar este período e  sair fortalecida. Enquanto isso, seguimos tocando nossos projetos, monitorando o mercado e as legislações para garantir que possamos adotar as medidas certas para reduzir ao máximo o impacto da crise em nosso negócio”.

Jane Carvalho, diretora de Mercado

Esta crise está só começando e terá impactos financeiros enormes. Cada governo, empresa e indivíduo precisa fazer a sua parte para superar este momento da melhor forma possível.  Em nosso setor, a prioridade é manter as contas a pagar, o contas a receber e a tesouraria funcionando, além de cumprir com as obrigações fiscais impostas pela legislação e dar continuidade aos nossos projetos de conclusão da implantação do orçamento, internalização da contabilidade e integração dos sistemas”.

Marco Carvalho, coordenador financeiro

 

Inovação

Transformando risco em oportunidade

A crise desencadeada pela pandemia do coronavírus é um cenário novo para todos. E como tal, precisa ser encarada de forma diferente e inovadora.  É com esta perspectiva que a Qualidados optou neste momento por não apenas manter como até intensificar os seus investimentos em inovação.  A parceria com startups – por meio do programa Nexos, do Sebrae – continua a pleno vapor e a perspectiva é de que a assinatura dos contratos ocorra ainda neste início de abril. A ideia é transformar o desafio em oportunidade, colocando nosso espírito inovador a serviço de processos e produtos capazes de tornar a própria empresa e seus clientes mais eficientes e produtivos.

“Este é o momento de usar a crise econômica como gatilho transformador e de mudança de modelos de relação de trabalho e de negócios. Com certeza, serão a inovação e o trabalho colaborativo das equipes que poderão colocar nossa empresa, após esta crise, num novo patamar no mercado de engenharia brasileiro”.

Luiz Henrique Costa, sócio-diretor

“Nosso programa de inovação não parou em momento algum. Mais do que nunca é preciso pensar em criar e desenvolver soluções inovadoras que agreguem valor principalmente para a área de Manutenção e Operação, com foco em produtividade e redução de custos”.

Jane Carvalho, sócia-diretora

 

Tecnologia

Home office em tempo record

Com uma infraestrutura de TI moderna e flexível, a Qualidados conseguiu vencer o desafio de implementar, em tempo record, o sistema de trabalho em home office para todos os colaboradores da Sede. A tecnologia VPN permite estabelecer um canal seguro de comunicação entre uma estação de trabalho remota (um computador ou celular) e a infraestrutura de rede interna.  Graças a ela, os colaboradores conseguem acessar de casa todos os arquivos necessários às suas atividades.

Já as ligações destinadas ao número de telefone principal da empresa foram transferidas para um celular, disponibilizado para a recepcionista. Em paralelo, as equipes passaram a utilizar ainda mais soluções de aplicativos de comunicação e mensagem, como WhatsApp,  Google Hangtous e o app de comunicação corporativa MS Teams. Os sistemas de gestão utilizados pela empresa – e que são mantidos pela equipe de desenvolvimento de TI – passaram a poder ser acessados pelas diversas equipes via internet. Para completar, a Qualidados ainda disponibilizou equipamentos para aqueles colaboradores que não dispunham em casa e a equipe de TI tem estado a postos para prestar apoio e orientação a todos

 “O maior desafio tem sido atender no menor tempo possível as demandas decorrentes da adaptação dos colaboradores à nova realidade, além de dar auxílio a problemas de conexão e acesso.  Estamos adquirindo novos e importantes conhecimentos com a situação — e não só para a equipe de TI. Toda a empresa está vivenciando uma experiência que trará novas habilidades e horizontes que podemos converter em vantagens competitivas quando a crise passar”.

Denilson Sousa, técnico de Suporte de TI sênior

 

Contratos

Na linha de frente com os clientes

No dia a dia da operação dos contratos junto aos clientes talvez se encontre hoje um dos maiores desafios que a pandemia trouxe até agora para a Qualidados. No momento da elaboração desta matéria, alguns clientes já tinham optado integralmente pelo home office. Nos serviços prestados em regime offshore, houve casos em que os nossos trabalhadores tiveram que desembarcar antes do tempo, enquanto novos embarques eram temporariamente cancelados.

Cada contrato, porém, encerra uma situação diferente. E mais do que isto: os cenários mudam a todo momento. Assim, a chave passa a ser monitorar todas as situações em tempo real:  manter a empresa munida dos dados necessários para tomar, no tempo certo, as decisões capazes de minimizar os impactos negativos da crise. É uma mobilização intensiva, que envolve gerentes de contrato e profissionais de áreas como RH, SMS e financeiro, e tem contribuído para por à prova à capacidade de resposta da equipe Qualidados.

“Nosso esforço tem sido de estar presente junto aos nossos clientes e equipes, monitorando a evolução dos cenários; estimulando os prepostos a manter uma imagem ética e proativa; agindo em tempo real para mitigar riscos, com paciência e sabedoria.  Procuro lembrar sempre que nossas ações têm reflexo, que somos todos organismos vivos e precisamos nos empenhar para colaborar com a nossa saúde e a saúde financeira da empresa”.

Rebeca Azevedo, gerente de contrato

“ O momento traz inquietude e incertezas, em especial para as equipes que executam os serviços nos contratos. Assim, nosso grande desafio tem sido efetivar com celeridade alinhamentos com os clientes, para que possamos tomar decisões e realizarmos uma comunicação fundamentada e precisa com os colaboradores, além de estarmos sempre em busca de informações para antecipar imprevistos. Estamos trabalhando incansavelmente e nos doando ao máximo para gerenciar esta crise e vencermos mais um desafio. Tenho certeza que sairemos ainda mais fortalecidos”.

Eloah Cabral, gerente de contrato

“Diante dos desafios da operação dos nossos contratos, nossa equipe tem respondido com um esforço de união muito grande. Sabíamos que tínhamos um grupo coeso, de pessoas que vestem a camisa da empresa.  E esta certeza se torna muito mais clara e iminente agora. Temos um time muito bom e é isso que vai fazer a diferença, ao final, quando tudo isso passar”.

Claudio Freitas, sócio-diretor

 

Recursos Humanos

Uma nova forma de trabalhar

Nunca os processos de trabalho na Qualidados passaram por tantas transformações em tão pouco tempo. A decisão ousada – de manter toda a Sede atuando em home office durante o isolamento – vem se revelando uma experiência inovadora, não só do ponto de vista tecnológico mas também da gestão de pessoas. Novas formas de interagir, de se comunicar, de gerenciar equipes e administrar o tempo vêm sendo exercitadas com o objetivo de conciliar produtividade com proteção à vida.  O cenário é um teste para a maturidade e o comprometimento das equipes. E de uma coisa ninguém discorda: a vivência trará lições preciosas para o futuro da empresa.

É preciso ter maturidade para gerenciar de forma responsável o tempo com o trabalho remoto, porque as entregas da empresa continuam. Acredito que estamos conseguindo atender os objetivos com comprometimento, pois a Qualidados tem missão e valores fortes. Quando isto tudo acabar, vamos adquirir grandes aprendizados: melhoria na comunicação e no uso das tecnologias, novos indicadores de produtividade, e quem sabe até uma política para adoção do home office”.

Raquel Melo, coordenadora de RH

“Para nós, o home office era um projeto de futuro que agora se tornou realidade, rapidamente.  Ao voltarmos à normalidade, vamos repensar muitas práticas. Algumas viagens, por exemplo, poderão ser substituídas, de forma mais econômica e produtiva, por videoconferências. É uma questão de quebra de paradigmas, de mudança de mindset que afetará não só a Qualidados mas todo o mercado“.

Jane Carvalho, sócia-diretora

 

Governança e Compliance

Projetos ainda mais vitais

Pouco antes de ser surpreendida pela pandemia, a Qualidadados vinha tocando dois projetos de grande importância para o futuro da empresa: a implantação do Sistema de Gestão Corporativa e a operacionalização do seu Programa de Compliance. Diante do novo cenário, algumas prioridades tiveram que ser redefinidas, com grande parte dos esforços das equipes voltando-se no primeiro momento para questões logísticas e de operacionalização dos contratos. Mas as atividades continuam, e a visão é de que estes processos tornam-se ainda mais vitais para garantir a solidez da empresa no futuro.

 “Do ponto de vista do Sistema de Governança, nossas prioridades são concluir a revisão do Planejamento Estratégico e finalizar a aprovação da Política de Governança. Em paralelo, o Compliance já faz parte dos procedimentos operacionais da empresa e ganha relevância ainda maior neste momento de crise, devido às mudanças na forma de trabalho e ao número grande de renegociações em contratos”.

Maurício Simões, sócio-diretor

 

Legislação

Em tempo de medidas emergenciais

Desde o último dia 20 de março, quando foi publicado o Decreto Legislativo nº 6, que reconheceu estado de calamidade pública no Brasil, em razão da pandemia do coronavírus, o governo federal vem editando medidas emergenciais para preservação de empregos e garantia da continuidade das atividades empresariais. É com base nas possibilidades que surgiram, sobretudo através das Medidas Provisórias 927 e 936, que a Qualidados vem dialogando diariamente com os seus clientes na tentativa de manutenção ou renegociação das suas obrigações contratuais. A meta é conseguir preservar as atividades da empresa com a máxima redução do impacto financeiro imposto pelo novo cenário, para que possamos ultrapassar esta crise com a menor redução possível do quadro de empregados.

Nossa geração nunca sofreu tanto e tão rapidamente como agora. Literalmente, ‘o mundo parou’! O momento é de total união para superação do mal comum que coloca todos em risco. Saber que o planeta está suscetível a males que fogem ao controle da atividade humana nos provoca reflexão. Acho que a chave para que no futuro possamos evitar situações semelhantes – ou ao menos passar por elas com menos impacto – está na busca de suportes financeiros sólidos e no estabelecimento de relações interpessoais que contribuam para o fortalecimento e a valorização de cada indivíduo”.

Marconi Mota, assessor jurídico

“A Governança precisa sair do papel”

Um bate-papo sobre perspectivas e desafios da implantação de sistemas de Governança Corporativa com a consultora Marta Castro, do Instituto Planos

Nos meios empresarias, a implantação de Sistemas de Governança vem se consolidando como estratégia para garantir uma gestão mais transparente e responsável. Mas, afinal, o que é Governança Corporativa? Que ganhos ela pode trazer para as empresas? E quais os desafios para o seu sucesso? Levamos estas e outras perguntas para um bate-papo com a consultora Marta Castro.

Administradora de empresas com especializações em Marketing, Administração e Recursos – e experiência  como gerente de Marketing e Relações Institucionais de empresas privadas e organizações do terceiro setor –  Marta é sócia-diretora, desde 2009, do Instituto Planos, uma empresa de consultoria em Planejamento e Desenvolvimento, com atuação em vários países. Desde julho de 2019, ela e o sócio-fundador do Instituto, Ângelo Veiga, estão conduzindo a implantação do Sistema de Governança da Qualidados. Confira:

Como surge o conceito de Governança e o que ele representa?

De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), a Governança é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, o que envolve relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas.

O conceito surge no começo dos anos 1990, com a instalação pela Bolsa de Valores de Londres de um comitê para revisar as práticas de contabilidade e finanças de  companhias britânicas envolvidas em  escândalos. Mas é em 2002 que a ideia ganha força, com a promulgação, pelos Estados Unidos, da lei Sarbanes-Oxley, conhecida como lei SARBOX, decorrente dos escândalos contábeis que o mercado americano enfrentou à época, sendo o mais famoso deles o caso Enron.

O sistema de Governança protege o valor da empresa, independente da presença dos sócios, pois deixa claro a macroestrutura, os âmbitos de responsabilidade e decisão, além de definir os instrumentos de delegação planejada e responsável, com critérios claros para acompanhamento, avaliação e tomada de decisão.

O que as empresas têm a ganhar com a Governança?

O trabalho assegura uma gestão transparente, onde as informações estão disponíveis não só para acionistas, mas para todos os públicos de interesse (stakeholders). Assegura também a accountability, que é comumente traduzida como prestação de contas, mas cujo significado é bem mais profundo. A palavra poderia ser melhor traduzida como responsabilização, ou auto-responsabilização, pois pressupõe que cada ator envolvido no processo, em especial os executivos, assuma e sustente suas ações e decisões perante os acionistas e a sociedade.

Outro ganho é a equidade e a responsabilidade corporativa. A equidade, diferente da igualdade, assegura oportunidades iguais de crescimento e desenvolvimento, mesmo que para isso precise tratar desigualmente os colaboradores, pois considera as necessidades, potenciais e limitações de cada um. E a responsabilidade corporativa, por sua vez, garante boas práticas econômicas, ambientais e sociais, considerando social tudo que tange a pessoas, seja dentro ou fora da empresa.

O mercado e a sociedade, de forma geral, vêem com bom olhos a governança corporativa. Portanto, além de dar segurança aos acionistas, a iniciativa agrega valor ao patrimônio tangível e intangível da empresa.

Qual o tipo de metodologia adotada pelo Instituto  Planos?  Como funciona?

Chama-se THOR – Tecnologia Humanista Orientada para Resultados. Nesta tecnologia, cada líder assume prioridades alinhadas com o Plano Estratégico da empresa, passando a ser dono daquelas prioridades, com seus ônus e bônus. Com isso, papéis e responsabilidades ficam muito claros e permitem que as pessoas possam trabalhar com autonomia. Mas o mais importante não é a ferramenta, e sim a metodologia de acompanhamento, onde cada líder se torna um educador e apoiador da equipe no seu processo de desenvolvimento, e isso inclui a diretoria.

Na Qualidados, todo o processo até o momento teve como metodologia exposições dialogadas, registradas em súmulas ou propostas de deliberação. Ou seja, muito diálogo, negociação e acordo. Também tivemos o cuidado de caminhar alinhados com a implantação do processo de Compliance, realizando reuniões sobre o tema, sempre que necessário.

Quais os maiores desafios deste tipo de trabalho?

O maior desafio são as pessoas e isso inclui os dirigentes. Apesar da iniciativa partir dos sócios-diretores, o processo passa por uma mudança de modelo mental e de gestão, por exemplo, da centralização para a descentralização. Traz também impacto na estrutura, pois ao passo que as pessoas ganham mais autonomia, elas também precisam tomar decisões a bancá-las. Sem falar no ajuste aos novos instrumentos que dão suporte a todo o sistema, como por exemplo os Programas de Ação individuais.

Como você avalia o processo na Qualidados? Que dicas você sugere para o sucesso da implantação?

Na Qualidados, todas as etapas do Sistema estão caminhando muito bem, mas para dar certo, a Governança precisa sair do papel. Por isso, nosso cuidado com o processo. Escrever políticas e montar organogramas é fácil; o papel tudo aceita, mas as pessoas não. A Governança precisa ter “espírito, alma”. Precisa retratar o desejo dos acionistas. Precisa dar suporte às pessoas envolvidas no processo. Precisa consolidar cada decisão antes de partir para uma etapa seguinte. Precisa envolver as pessoas, para que se apropriem do que está sendo construído, afinal, a consultoria é um facilitador e orientador, mas sócios e equipe são os verdadeiros donos do trabalho.

“Uma organização sem ética tem vida curta”

Especialista em programas de Compliance, o advogado e auditor  José Guimarães fala dos desafios e benefícios do combate à corrupção nas organizações.  

Era 16 de novembro de 2014 quando a Operação Lava Jato se iniciou, com a prisão do principal executivo do Grupo UTC, , Vinte dias depois, José Guimarães visitava-o na prisão, em Curitiba. Sua missão: liderar aquilo que era uma das condições das autoridades  para o acordo de delação premiada com o executivo, a implementação de um programa de Compliance, Governança e Riscos muito forte no Grupo UTC. Advogado com longa experiência como processualista civil, José Guimarães não apenas cumpriu sua missão – implementando o programa e validando-o junto à Controladoria Geral da União e à Petrobras – como se tornou referência no assunto.

Em seu currículo, há certificações internacionais, como a de auditor líder nas normas ISO 37001 (Sistema de Gestão Anticorrupção) e 19.600 (Sistema de Gestão em Compliance) pela World Compliance Association. Hoje, é coordenador da Pós-Graduação em Compliance da Faculdade Baiana de Direito e dá consultoria e auditoria a organizações e empresas como a Qualidados na implantação e auditoria de programas na área. Nesta entrevista, ele contou para a Qualinews como a ética e o combate à fraude e à corrupção podem não apenas mitigar riscos para as finanças e a imagem da empresa como  contribuir até para a sua produtividade. Confira:

O que significa Compliance?

A palavra compliance vem do inglês to comply que significa “estar de acordo com”, cumprir.  Na minha visão, Programa de Complianxce significa estar de acordo com a lei, a ética e a integridade, com a finalidade de prevenir, detectar e punir atos antiéticos, ilegais, que podem comprometer a gestão, as finanças, a imagem e principalmente colocar em risco a reputação e a existência da organização,  contribuindo para gerar uma vida longa, profícua e próspera para as organizações, mitigando riscos a médio e longo prazo.

Por que é importante promover ética nas organizações?

Uma organização que não tem valor, ética e integridade tem vida curta e pode ruir a qualquer momento. O grupo UTC, por exemplo, era um grande grupo, porem, com o impacto reputacional ficou muito reduzido, e esta hoje em recuperação judicial.   A corrupção é hoje um dos maiores riscos a que uma empresa está sujeita, principalmente após o advento da Lei Anticorrupção e neste momento novo  no Brasil de absoluta  intolerância em relação à corrupção.

Compliance é também um bom investimento. Estudos demonstram que 5% do faturamento  bruto de qualquer instituição se perdem na aplicabilidade de normas, falta de políticas e procedimentos adequados, utilização equivocada do próprio ferramental e também conflito de interesses, vantagens indevidas, fraude e corrupção. O Compliance preserva os diretores e acionistas de riscos, inclusive de responsabilização penal e das multas da Lei Anticorrupção que variam de O,1% a 20% do faturamento bruto mensal, além de valorizar a imagem, a marca e a historia da empresa publica ou privada.

E como todos estes objetivos podem ser alcançados?

O primeiro requisito é o apoio irrestrito da alta administração.  O segundo é a análise de riscos.  Na sequência, construímos, juntamente com a organização, um bom código de ética. Associado a este documento, desenvolvemos políticas, procedimentos e registros aderentes, conectados e auditáveis. Também desenvolvemos um plano de comunicação e um treinamento muito forte e bem estruturado, com atividades que mobilizam 100% da organização. Em seguida, implementamos um canal de denúncia externo, autônomo, anônimo e independente que funciona como canal de ética.

Todos estes itens compõem o primeiro dos três pilares do Programa de Compliance,  voltado para a prevenção. O segundo é o pilar da identificação, também chamado de pilar da auditoria, investigação ou detecção. É quando criamos a equipe com investigadores e auditores e estabelecemos a rotina de identificação e conclusão das investigações. Já o terceiro e último pilar é o da resposta ou punição, voltado para a aplicação das medidas punitivas decorrentes das investigações. Ele é concluído com a realização, em caráter confidencial, de um julgamento de um comitê autônomo e independente chamado comitê de ética. Ao final do processo, a própria empresa passa a gerir o seu Sistema de Gestão de Compliance, que poderá ser auditado e certificado.

Uma estratégia dessas não pode afetar a ambiência da empresa, gerando um clima de tensão e desconfiança?

Pelo contrário. Quanto mais você previne, melhor você detecta e mais equilibradamente você pune, e quanto mais você pune com autoridade e equilíbrio, mais você alimenta a prevenção, gerando um ambiente de transparência. Em uma implantação bem feita, há uma investigação cuidadosa, sigilosa, silenciosa e um julgamento adequado, sob o manto da confidencialidade, que dá inclusive oportunidade para que o colaborador se torne um profissional melhor.  Investigação após investigação, a iniciativa ganha credibilidade e gera-se um ambiente que valoriza a responsabilidade e a honestidade. Estudos demonstram, inclusive, que este movimento pode resultar em melhoria da produtividade, porque o colaborador trabalha com mais alegria, satisfação, transparência, valorização, dignidade e responsabilidade.  O ambiente ético atrai talentos, gera ótima convivência e prosperidade,  e’ uma questão sociológica.