Estamos entrando para o mundo das energias renováveis, diz Anders Levermann

Vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2007 e um dos criadores do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, o físico alemão é o sexto entrevistado da série que a Agência CNI de Notícias exibe sobre a COP21. Ele se diz otimista quanto a acordo que impeça aumento de 2º C na temperatura do planeta até o fim do século

O físico alemão Anders Levermann, professor da Universidade de Potsdam, considera que os mais de 190 países representados na Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP21), em Paris, chegarão a um acordo para evitar que a temperatura da terra aumente em mais de 2º célsius até o fim do século. Em entrevista à Agência CNI de Notícias, o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2007, junto com um grupo de cientistas que criou o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), destacou que o planeta passa por uma nova revolução industrial em que haverá a predominância das energias renováveis.

Levermann faz um alerta para que o setor industrial se adapte ao período de transformações. “A indústria precisa estar atenta ao fenômeno da mudança do meio ambiente, o que não inclui apenas o aumento das temperaturas médias e a subida do nível do mar. Temos que estar preparados para eventos mais extremos como períodos de secas, volumes de chuvas intensas e maior ocorrência de ciclones em zonas tropicais, como os furacões e tufões. Isso tudo causa transtornos às cadeias de suprimentos da indústria e às vias de transporte”, frisou.

Anders Levermann fez a palestra-magna do encontro CNI Sustentabilidade, realizado em setembro no Rio de Janeiro, que teve como tema Mudanças Climáticas: desenvolvimento em uma economia global de baixo carbono. Durante o evento, especialistas debateram as perspectivas para a COP21. Para abordar os assuntos que estão na pauta de Paris, a Agência CNI de Notícias exibe, desde o dia 25 de novembro, uma série de trechos de entrevistas gravadas com participantes do CNI Sustentabilidade.

Para Levermann, a possibilidade de a COP21 chegar a um acordo no qual os países fiquem obrigados a cumprir metas de redução nas emissões de dióxido de carbono é remota. Ele considera, porém, que haverá compromissos concretos para frear o aquecimento global. “No momento, Paris representa uma grande esperança. Penso que conseguir um acordo juridicamente vinculante será muito difícil, porque temos estruturas políticas em diferentes países, como no caso dos Estados Unidos e do Congresso americano, e também da China, que não permitem. Mas um acordo em que esteja escrito no papel que teremos aumento de temperatura abaixo dos 2º C é algo que podemos alcançar em Paris. Pessoalmente, estou otimista”, disse.

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