A importância da Gestão do Conhecimento nas empresas

A conjuntura mercadológica vem há muitos anos passando por diversas transformações, impulsionando as organizações a terem um olhar diferente para os seus ativos, tendo em vista a era da informação e do conhecimento. Para a manutenção no mercado competitivo, o tripé “tecnologia, processos e pessoas” se torna fundamental e precisa estar coeso e bem estruturado.

Nesse sentido, para uma organização acompanhar as mudanças e contribuir com seus negócios, o conhecimento é a chave que vai representar a assimilação dessas mudanças, perpassando pelos pilares tecnologia, processos e pessoas.

Uma vez percebido o conhecimento como matéria-prima das organizações, este é utilizado para agregar valor aos serviços e produtos. No entanto, para resultados mais sólidos, o gerenciamento do conhecimento é necessário.

Mas afinal, o que é a Gestão do Conhecimento?

Em algumas literaturas a gestão do conhecimento se refere a aprendizagens individuais ou organizacionais, ao capital intelectual e à cultura do compartilhamento do conhecimento.

Para Carvalho (2001), a gestão do conhecimento é a área que estuda o modo como as organizações entendem o que elas conhecem, o que elas necessitam conhecer e como elas podem tirar o máximo proveito do conhecimento.

Para Garde et. Al. (2007), a gestão do conhecimento é um conjunto de processos que possibilitam a criação, desenvolvimento, organização, compartilhamento, disseminação, utilização e manutenção contínua de arquétipos.

Em suma, a gestão do conhecimento nada mais é do que criar mecanismos e uma governança que possibilite o fluxo do conhecimento por toda uma organização, desde o seu nascimento até a sua aplicação.

Papéis dos processos, tecnologia e pessoas na Gestão do Conhecimento:

  • Tecnologia da Informação facilitará o processo da gestão da informação, considerando o grande volume de dados numa organização.
  • A gestão por processos proporcionará a interação entre as áreas da companhia e correto curso do conhecimento.
  • As pessoas são a base de toda a operação, responsáveis por disseminar a cultura do conhecimento.

Existem alguns modelos de implantação da Gestão do Conhecimento que são influenciados pela natureza dos serviços de uma organização, mas por todos a Governança está presente. Para Foss (2009), a Governança do Conhecimento é resultante da interação da implantação dos mecanismos de governança corporativa e a gestão dos processos de conhecimento para a otimização dos resultados econômicos da organização. Mais uma vez, percebe-se a integração dos três pilares para o sucesso da implantação da Gestão do Conhecimento.

No entanto, é sabido que para qualquer implantação bem-sucedida, o apoio da alta direção se faz presente. Sem este patrocínio, a transformação do mindset da cultura do conhecimento entre a equipe não irá acontecer.

Vantagens e ganhos da implantação numa empresa

Transformar o conhecimento tácito em explícito → Documentar todo o conhecimento que está na “cabeça” de determinadas pessoas e torná-lo acessível a todos

Garantir a retroalimentação das lições aprendidas → Preservar a memória corporativa através da armazenagem e utilização das lições de projetos anteriores

Gestão do capital intelectual e de competência → Identificar quais conhecimentos os colaboradores já possuem e desenvolver habilidades com capacitações que serão importantes para os indivíduos e o negócio

Ambiente de aprendizagem empresarial → Proporcionar a constante aprendizagem, estimular a inovação, permitindo que todos contribuam para agregar valor aos serviços da empresa.

O principal ativo das empresas está no capital intelectual das pessoas e das metodologias empregadas. O processo de Gestão do Conhecimento, quando bem implementado e patrocinado pela alta direção, promovem resultados substanciais no longo prazo. Fortalecer esse ativo é se tornar perene num mundo de transformações cada vez mais intensas.

Referências:

CARVALHO, G. M. R.; TAVARES, M. S. Informação & conhecimento: uma abordagem organizacional, 2001.

GARDE, S. KNAUP, P. HOVENGA, E.J.S. HEARD, S. Towards semantic interoperability for electronic health records: Domainknowledge governance for openEHR archetypes. Methods of Information in Medicine, 2007

FOSS, K. FOSS, N.J. Managerial Authority When Knowledge is Distributed: A Knowledge Governance Perspective. KnowledgeGovernance: Processes and Perspectives, 2009

 


Descrição sobre a autora:

 

Aíla Oliveira Sacramento: Atualmente atua como Analista de Processosno Escritório de Projetos (PMO). Tem formação em Engenharia de Produção, faz parte do Comitê da Gestão do Conhecimento na Qualidados, além de possuir experiência em modelagem de processos.

Confiabilidade e Desenvolvimento de Produtos

No desenvolvimento de um produto existe a fase de conceito, projeto, desenvolvimento, produção e pós-venda, este artigo demonstra algumas metodologias e benefícios durante o Desgin For Reliability (DFR).

Na fase conceitual, se estabelece a confiabilidade para o projeto novo. Analisando o que já é utilizado em campo através de LDA (Life Data Analisys) e com aplicação do DFMEA (FMEA de projeto), sendo este utilizado como ferramenta viva. Nesta fase, deve ocorrer também a definição das condições de operação, ou seja, definir a confiabilidade do novo produto atrelando ao tempo de utilização. Portanto, os benefícios dessa fase são a determinação da especificação de confiabilidade, priorização dos itens críticos para os testes de confiabilidade e a definição da relação entre confiabilidade e as condições de uso pelo cliente.

Na fase de projeto, a confiabilidade é “desdobrada” para subsistemas e componentes até o LRU (Lowest Replace Unit), neste ponto ocorre o planejamento da estratégia de crescimento da confiabilidade (RGA).  Portanto, ocorre a determinação da confiabilidade a nível de componente e definição da estratégia de crescimento da confiabilidade durante as fases de desenvolvimento, neste ponto, define-se os requisitos de confiabilidade para os fornecedores.

Durante a fase de desenvolvimento, são aplicadas teorias quantitativas e qualitativas. O teste acelerado de vida (ALT), teste de tortura e teste do elefante onde o produto é estressado acima dos níveis de projeto, com objetivo de obter informações sobre a falha ou modo de falha. Estes tipos de testes não especificam a confiabilidade do produto, mas identificam os pontos de melhoria.

No ensaio acelerado de vida quantitativo (QALT), o produto é testado além dos níveis de especificação, mas dentro do limite de projeto. A amostra é testada até a falha em condições aceleradas de stress e através dessa análise conseguimos avaliar a confiabilidade para diferentes condições de uso.

O delineamento de experimentos (DOE) avalia quais variáveis de stress realmente reduzem a vida do produto, isso pode apoiar os testes acelerados, podendo torná-los mais simples e baratos. A análise de degradação, por exemplo é onde ocorre a medição de degradação em diferentes tempos de teste, portanto é possível projetar a falha do item.

Contudo, a análise de dados de vida (LDA) auxilia na determinação da confiabilidade do item.

No nível de desenvolvimento, deve existir a garantia da confiabilidade do projeto conforme as metas definidas na fase de conceituação e definição da maturidade de projeto.

Na fase de produção ocorre a aplicação do PFMEA, que auxilia na redução do atraso no lançamento do produto, cumprimento prazos de Ramp-up e documentação do processo.

O ensaio de conformidade de confiabilidade (ECC) garante que a confiabilidade do produto vai ser mantida durante o processo produtivo. Esses ensaios possibilitam amostras de produção serem testadas para verificar se a confiabilidade está dentro das especificações, podendo aprovar o lote das produções sem ocorrências de falhas.

No Pós-vendas deve ocorrer uma boa gestão de falhas com análises e planos de ações, utilizando metodologia por exemplo FRACAS (FMEA, 5 porquês, Ishikawa, …). Realizar a análise de dados de garantia, permitindo que as previsões de retorno e garantia sejam precisas, permitindo o subsídio da estratégia de estoques de peças de reposição. Portanto, ocorre no pós-vendas o acompanhamento dos produtos em pré-série, acompanhamento dos produtos em garantia e pós garantia, definição da estratégia de itens sobressalentes e definição da estratégia para contratos de manutenção.

 


 

Sobre o autor:

Kaio Majewski Monteiro: Atua como Engenheiro de Confiabilidade no Escritório de Projetos (PMO). Tem formação em Engenharia Mecânica, Mestrando em Metalurgia de materiais, é especialista em processos de confiabilidade e Gestão de ativos (Consultoria). Tem formação Six Sigma – Green Belt & Lean Manufacturing, além de possuir experiência em diversos segmentos de mercado.

Recertificada e ainda mais competitiva

Em 2021 a Qualidados foi recertificada nas normas ISO 9001, ISO 14001 e ISO 45001 e garante a continuidade do desenvolvimento mais sólido da empresa. 

Quando falamos em normas de qualidade de uma empresa, também estamos falando de diferencial competitivo, tanto no mercado nacional quanto no internacional, mas não é apenas isso. A certificação impulsiona a imagem de uma organização mostrando para o mercado que ela está preparada para fornecer os serviços e produtos com mais eficiência e responsabilidade.

A preocupação constante da Qualidados em manter a qualidade dos seus serviços, priorizando a segurança das pessoas envolvidas em cada processo e os cuidados com o meio ambiente, garantiu recentemente à empresa a recertificação nas normas ISO 9001 (Gestão da Qualidade), ISO 14001 (Gestão Ambiental) e ISO 45001 (Segurança e Saúde Ocupacional) – antes conhecida como OSHAS 18001 – sem que houvesse quaisquer não conformidades (NCs) identificadas.

Segundo Luiz Henrique Costa, sócio diretor da Qualidados, a normatização sempre foi vista como fundamental para o crescimento sustentável da empresa, contribuindo de forma significativa para a execução dos serviços no prazo estabelecido com qualidade, sem deixar de lado a preocupação com a saúde e com a segurança dos seus colaboradores, além do meio ambiente.

“Essas novas recertificações sem NCs identificadas comprovam a alta maturidade do nosso sistema e garantem um futuro produtivo, equilibrado e seguro”, diz.

Desde 2006, quando a Qualidados foi certificada nas três normas, a busca pela conformidade tem sido constante e tem sido um incentivo a mais para aprimorar os processos e permitir o desenvolvimento ainda mais sólido da empresa. “Com certeza essas certificações nos deram e nos darão base, tranquilidade e segurança para continuarmos nesse processo de crescimento e alcance dos objetivos estratégicos estabelecidos pela Qualidados”, completa Luiz Henrique, que considera essa recertificações fundamentais para um crescimento cada vez mais sólido da empresa.

Tem dedo deles nessa conquista!

O sucesso do processo de recertificação está diretamente associado à competência e à experiência da equipe da área de Qualidade da empresa, representada pela coordenadora de Qualidade, Elane Araújo, e pelo analista de Qualidade, Tairone Freire, que foram responsáveis por conduzir e gerenciar todas as atividades realizadas pela auditoria externa.

De acordo com Luiz Henrique Costa, sócio e diretor da Qualidados, além de Elane e de Tairone, é importante destacar a participação com maestria de todas as coordenações da Qualidados que responderam aos questionamentos e verificações durante a auditoria e demonstraram a eficiência dos processos existentes.

“Também Vale destacar a atuação da equipe de SMS que permitiu a certificação inédita na norma ISO 45001 sem NCs, alçando a Qualidados à posição de uma das primeiras empresas de projeto e consultoria a conseguir esse feito”, afirma.

Soluções inteligentes com foco nos resultados são marca da consultoria especializada fornecida pela Qualidados ao setor da engenharia

No ano em que a Revista O Empreiteiro comemora seu aniversário de 60 anos, a Qualidados também celebra suas quase três décadas de contribuição a esse setor tão essencial para o desenvolvimento do país.

Em mais de 28 anos realizando gestão de projetos, paradas e outros serviços especializados na área de manutenção para grandes players do mercado nacional, a Qualidados Engenharia tem se mostrado mais sólida a cada dia, entregando comprometimento e eficiência em cada um dos projetos desenvolvidos.

A empresa, que já nasceu com o DNA da inovação, tem se preocupado, desde então, em crescer de forma sustentável e responsável. Um dos fatores que contribuíram para isso, segundo a sócia-diretora Jane Carvalho, foram os investimentos contínuos em gestão e em compliance. “Fomos pioneiros na certificação do Sistema de Gestão Integrado em empresas de Engenharia, e investimos em Planejamento Estratégico desde que éramos uma microempresa”.

Hoje, a Qualidados celebra a recertificação nas normas ISO 9001, ISO 14001 e ISO 45001. “Além disso, a implantação do nosso Programa de Compliance, com total apoio da alta direção, tem como principal documento o Código de Ética e Conduta da Qualidados, nos dá a garantia de que estamos preparados para atender a uma demanda cada vez mais rigorosa do mercado e dos nossos clientes, em relação avaliação de grau de riscos baixo de integridade, gerando confiabilidade, pela aplicação e consolidação dos pilares sistemáticos de prevenção, detecção e resposta contra práticas antiéticas”, completa a diretora.

Assim como as exigências impostas pelo mercado, os processos também mudaram e se tornaram mais tecnológicos, mas sem deixar de valorizar o fator humano. Nesse novo contexto, as empresas que apostaram na inovação como fator essencial de desenvolvimento sem dúvida conseguiram se firmar no mercado como uma marca forte e sólida, como é o caso da Qualidados. De acordo com o sócio-diretor Luiz Henrique Costa, a Qualidados conta hoje com a parceria de startups de soluções tecnológicas para assimilar ainda mais tecnologia aos seus processos. “O nosso objetivo é atender às demandas por serviços remotos nas áreas de inspeção, monitoramento e análise de causas de falhas em equipamentos e sistemas, além de fiscalização e comissionamento em paradas e obras”, explica.

Com a preocupação constante de investir em gestão e na cultura da inovação, a Qualidados Engenharia é hoje uma das principais empresas brasileiras na área de consultoria especializada em gerenciamento de empreendimentos, paradas de manutenção, engenharia de confiabilidade e gestão de ativos, levando aos seus clientes soluções inteligentes com foco nos resultados, e unindo tecnologias e pessoas em busca de uma engenharia cada vez mais sustentável.


Matéria originalmente publicada na revista O Empreiteiro, edição especial de 60 anos.

Gestão de projetos BIM

Você já parou para pensar em como a gestão de projetos vem evoluindo nesta década?

Acompanhar essas mudanças torna-se fundamental para que se obtenha um processo de inovação e incorporação de novas metodologias e práticas em projetos.

Desde o início de 2020 o Decreto BIM (DECRETO Nº 10.306 DE 02 DE ABRIL DE 2020) e o Ato 56 (PORTARIA NORMATIVA Nº 56/GM-MD, DE 6 DE JULHO DE 2020) estão vigentes e válido onde se estabelece como objetivo a utilização do Building Information Modeling (BIM) ou modelagem da informação da construção.

Esta metodologia vem se expandindo no mercado de forma crescente devido aos ganhos que quando aplicado pode trazer.

Diversas empresas tanto no mercado privado ou público já aderiram em seus processos a inclusão do BIM.

A Autodesk define BIM como “a base da transformação digital no setor de arquitetura, engenharia e construção (AEC) sendo o processo holístico de criação e gerenciamento de informações para um recurso construído.

Com base em um modelo inteligente e habitada por uma plataforma na nuvem, a BIM integra dados estruturados e multidisciplinares para produzir uma representação digital de um recurso em todo seu ciclo de vida, desde o planejamento e o projeto até a construção e as operações”.

Na prática o que é BIM?

BIM é um conjunto de métodos e práticas aliadas aos sistemas/ferramentas em um processo organizado (metodologia) que resulta no gerenciamento de todo o projeto de forma digital e otimizada.

Quais são os pilares BIM?

Quais são os benefícios de utilização do BIM?

O principal é a eficiência no tocante à redução dos custos de engenharia e execução, e da parte de gestão.

Exemplo de ferramentas utilizadas no BIM?

As ferramentas darão a você capacidade de planejar com mais eficiência, e distribuir as informações de projeto, através do uso do Oracle Primavera P6, poderosa ferramenta de gestão de projetos, programas e portfólios, do MS Project, ferramenta de cronogramas mais usada pelo mercado, e do Autodesk Navisworks Manage, software usado por 84% do mercado BIM brasileiro, para compatibilização, análise de clash (interferências), e simulação da construção (Planejamento 4D) e planejamento financeiro (5D) do fluxo de caixa durante a obra. Com o Microsoft Power BI, as informações serão sintetizadas em relatórios interativos, e cada dashboard, distribuídos online (WEB) ou aplicativo (smartphone) chegando em tempo real a quem precisa. Isto melhora o fluxo de processos, gestão e consequentemente administração geral do empreendimento.

Em virtude de um cenário cada vez mais competitivo de mercado, as estratégias tomadas pelas empresas devem ser voltadas para vantagem competitiva. Neste sentido, a Qualidados com seu portfólio tem se tornado partner das empresas em vários segmentos de mercado, levando evolução tecnológica, soluções sob medida e implantação de técnicas e estratégias no âmbito das mais diversas áreas, levando alto desempenho e eficiência atuando no formato de consultoria.

Com mindset voltado para os pontos críticos de mercado, no aspecto da organização dos processos empresariais, cada vez se torna mais importante a visão 360º dos processos e a colaboração em todos os aspectos.

Com a metodologia é possível tornar o que antes era subjetivo (teoria) em uma relação tangível na prática.

A Qualidados conta com um portfólio com amplas soluções de mercado e uma destas ferramentas é a Building Information Modeling (BIM) ou modelagem da informação da construção que agrega valor na visão organizacional trazendo um nível de gestão quanto aos processos em termos de gerenciamento. A empresa conta com um time de especialistas em BIM para suportar seus clientes e criar vantagem competitiva para sua empresa.

Quer saber mais sobre gerenciamento de projetos BIM ou como podemos auxiliá-lo, solicite nossa consultoria ou entre em contato conosco.

Qualidados, engenharia com tecnologia provendo soluções com alto valor agregado.


AUTOR: Washington F. de Araújo: Atualmente atua como Coordenador do Escritório de Projetos e Centro Técnico. Tem formação em Engenharia de Produção, Mecânica e Tecnologia em Automação Industrial. Possui diversas especializações e certificações em cenário nacional. Especialista em gerenciamento de projetos, framework ágeis – Scrum Master e modelagem. Especialista em SAP (SAP Partner) e entusiasta da governança de processos e metodologias organizacionais e inovações/tecnologias.

Gestão Estratégica no novo mundo BANI

Por: Elane Araújo, coordenadora de Qualidade e Tairone Freire, analista de Qualidade.

Um novo mundo advindo da pandemia e que ainda está em mudanças. Ouve-se falar em muitos meios sobre as transformações que a sociedade e o homem terão com a Era do Conhecimento e, associada a ela, o novo Mundo BANI.

E o que significa tudo isso e Mundo BANI?

Para falarmos de BANI se faz necessário voltar alguns anos e recordar que estávamos no mundo VUCA (sigla para Volatility – volatilidade, Uncertainty – incerteza, Complexity – complexidade e Ambiguity – ambiguidade), um termo muito usado para descrever um cenário de incertezas e para mostrar como as mudanças têm ocorrido com maior rapidez no mercado. A partir disso, e todo o contexto que veio à tona de forma abrupta com a pandemia, surgiu o Mundo BANI.

BANI! Este conceito surgiu em 2020 através de Jamais Cascio, antropólogo norte-americano. BANI (Brittle, Anxious, Nonlinear and Incomprehensible — Frágil, Ansioso, Não linear e Incompreensível).

Para as empresas, a fragilidade está exatamente nas incertezas do mercado e o quanto elas estão expostas aos riscos e, nesse sentido, se dá a importância de antecipação e uma gestão de risco sistêmica.

Seguindo nesse caminho, percebe-se uma sociedade cada vez mais ansiosa em decorrência da fragilidade apontada acima. As pessoas estão mais doentes, e consequentemente as empresas também, afinal elas são feitas de pessoas. Nesse contexto, a necessidade de um olhar mais aprofundado às pessoas, um cuidado direcionado para tratamento dessa ansiedade que invade as casas e empresas, a cada notícia ou até mesmo lançamento de uma nova tecnologia ou produto; todos são tomados por um excesso de dados e informações, diariamente, trazendo mais incompreensibilidade.

Uma outra visão da não linearidade é voltada à preocupação com a estratégia de que não se pode ter planos muito detalhados e a longo prazo. A nova realidade pede uma atenção na questão do tempo e o pensamento no “erre e corrija rápido”. As organizações passaram a ter planejamentos com prazos mais curtos e assertivos, associando-se às ferramentas de gestão ágil e investimentos em tecnologias que possam suportá-la na análise de dados de forma preventiva e mais segura.

Podemos citar ao menos quatro soft skills essenciais para que as pessoas, principalmente líderes, sejam protagonistas desse novo mundo:

  • Autoconhecimento: conhecer a si próprio, suas vulnerabilidades, qualidades para atuar sobre elas e interagir com o meio e no controle das emoções;
  • Empatia: transformar as lideranças em pessoas capazes de reconhecer fragilidades, atentas aos sinais de ansiedade nas equipes para gerar propósito e, assim, melhores resultados;
  • Resiliência: para adaptação às mudanças, superação de adversidades. Líderes resilientes promovem equipes capazes de lidar com seus erros como forma de aprendizado e superar desafios;
  • Lifelong learning: o aprendizado como a chave para a transformação das empresas e pessoas, e assim, a ideia de aprender por toda a vida.

Diante desta realidade, as empresas precisam tratar pessoas como principal ativo e a liderança deve guiá-las para transpor estas barreiras.

Assim, a Gestão Estratégica será base para impulsionar a empresa, estabelecendo diretrizes, planejando e determinando ações para todos. Um olhar atento às novidades de mercado, ferramentas ágeis, desenvolvimento de processos e pessoas e, a capacidade analítica para tomada de decisão farão diferença nesse novo mundo.

Equipe da Qualidade

Modelagem de Processos com metodologia BPM

Por Aíla Sacramento e Washington de Araújo.

Em virtude de um cenário cada vez mais competitivo de mercado, as estratégias tomadas pelas empresas devem ser voltadas para vantagem competitiva. Neste sentido, a Qualidados com seu portfólio tem se tornado partner das empresas em vários segmentos de mercado, levando evolução tecnológica, soluções sob medida e implantação de técnicas e estratégias no âmbito das mais diversas áreas, promovendo alto desempenho e eficiência ao atuar no formato de consultoria.

Com mindset voltado para os pontos críticos de mercado, no aspecto da organização dos processos empresariais, cada vez se torna mais importante a visão 360º dos processos e a colaboração em todos os aspectos.

Neste sentido, reorganizar, ressignificar e readaptar têm sido termos usados por grandes empresas em virtude dos aspectos econômicos e forma de posicionar no mercado.

Para obtermos a integração e a compreensão sobre o funcionamento de uma organização é necessário que todos os seus recursos, compostos por informações, colaboradores, sistemas e equipamentos estejam em completa sincronia. Essa sincronia passa pela consideração de uma visão holística, significando o desenvolvimento de uma imagem. Dessa forma, a Modelagem de Processos de Negócio (BPMO) foi criada como objetivo de proporcionar uma melhor compreensão dos processos das organizações (Recker, 2010).

Existem várias técnicas de modelagem de processos de negócio (Kocbek et al., 2015):gráficos de Gantt, fluxogramas, diagrama de blocos funcionais de fluxo, ProgramEvaluationand Review Technique, diagramas de entidade relacionamento, UnifiedModelingLanguage (UML), IntegratedDefinitionLanguage (IDEF) etc.

Antes de falar sobre o tema é extremamente relevante saber:

O que é BPM e BPMN? Qual a finalidade da metodologia? Quais seus benefícios?

BPM é sigla utilizada para Business Process Management, uma disciplina gerencial que integra estratégias e objetivos da organização para alcançar os resultados, aliada às expectativas do cliente, através do mapeamento de processos de ponta a ponta. O BPM trata “o que”, “onde”, “quando”, “por que”, “como” e “por quem” o trabalho deve ser realizado.

BPMN é a sigla utilizada para Business Process Model and Notation, que é a representação gráfica ou notação de simbologia, para elaboração dos fluxos de processos da organização e permite a definição de processos de negócio em forma de diagrama.

O BPM tem como finalidade fazer existir uma percepção holística da gestão estratégica orientada a processos, procurando visualizar todos os seus elementos e todas as áreas envolvidas na sua realização no qual o objetivo é encontrar a eficiência e incontestabilidade dos negócios, criando um mapa de melhoria contínua e aplicando a tecnologia como instrumento para propiciar rapidez e reconhecimento.

BPMN tem como objetivo ser uma notação ligeiramente compreensível pelos usuários de negócios, que vão desde os analistas de negócios aos técnicos desenvolvedores responsáveis por realmente implementá-los. O uso do BPMN permitirá um entendimento universal por conta da linguagem utilizada, versatilidade na aplicação de diferentes processos e organização na visualização de toda a operação organizacional.

O BPM contempla 9 áreas de conhecimento divididas em Perspectiva Organizacional e Perspectiva de Processos e a metodologia contempla 6 fases no ciclo de vida, conforme detalhado abaixo:

Fonte: Autores

Benefícios da metodologia

Fonte: Autores
  • Mudança de paradigma e cultura;
  • Gestão assertiva dos processos;
  • Governança efetiva da organização;
  • Gerenciamento de restrições;
  • Aumento da confiabilidade humana;
  • Agilidade na tomada de decisão;
  • Redução no tempo de resposta.

 

 

 

 

Com a metodologia é possível tornar o que antes era subjetivo (teoria) em uma relação tangível na prática.

A Qualidados conta com um portfólio com amplas soluções de mercado e uma destas ferramentas é a modelagem de processos, que agrega valor na visão organizacional trazendo um nível de gestão quanto aos processos em termos de gerenciamento. A empresa conta com um time de especialistas em modelagem de processos para suportar seus clientes e criar vantagem competitiva para sua empresa.

Quer saber mais sobre gestão de processos/ modelagem ou como podemos auxiliá-lo, solicite nossa consultoria ou entre em contato conosco.

 

Conhecendo a confiabilidade Humana – parte 1

Confiabilidade humana e seu impacto sobre a produtividade, segurança e qualidade dos processos.

Por: Kaio Majewski Monteiro
Engenheiro de confiabilidade da Qualidados Engenharia

A confiabilidade humana compreende diferentes perspectivas sobre o cérebro e sobre o corpo humano. De forma simplificada, podemos afirmar que o nosso cérebro comanda o sistema nervoso e, por isso, todas as decisões que tomamos passam por todo o nosso corpo até a sua realização esteja completa.

As doenças que atingem o sistema nervoso, no entanto, podem impactar seriamente em algumas decisões, principalmente em momentos de risco em ambientes industriais ou de rotina. Doenças como esquizofrenia, depressão, epilepsia, enxaqueca e acidente vascular cerebral, por exemplo, podem interromper pensamentos lógicos ou decisões a serem tomadas de forma ágil e assertiva.

Por isso, atletas de alta performance devem manter o corpo e a mente sempre em sintonia, pois eles se afetam de forma mútua. O cansaço físico, por exemplo, pode não permitir a correspondência ao que o cérebro impõe. E de forma oposta, o cansaço mental, pode prejudicar um movimento físico que antes foi traçado mentalmente.

Usualmente, alguns pontos são exaltados quando se fala de confiabilidade humana, como a transgressão, reações sensoriais e cognitivas, estresse, aprendizagem humana e outros.

As falhas humanas são classificadas como erros e transgressões e os mesmos em deslizes, enganos, transgressões intencionais e não intencionais:

Figura 1 – Falhas humanas e pontos de observação

O jeitinho brasileiro pode assumir diversas características, uma delas é a de falha humana. Por exemplo, imagine um operário recém-chegado em uma área industrial. Ele decide que o padrão que está descrito não é necessário, pois a experiência anterior já o qualificou para a tomada de decisão e caso ele não leia o padrão ninguém vai falar nada a respeito. Ou seja, está utilizando da esperteza de forma intencional para transgredir em sua ação.

Após a leitura dos escopos de definições das falhas humanas, é importante compreender que as atividades sensoriais cognitivas nos apoiam em tomadas de decisões.

Por exemplo, ao andar de motocicleta, entre carros.  No momento em que o motoqueiro deve ultrapassar um carro ele calcula as distâncias, velocidades, pensa na marcha engatada, tempo disponível para ultrapassagem e o que mais for necessário.

Para compreender melhor, veja o fluxograma abaixo. Nele, pode-se ver uma tomada de decisão baseada em questionamento sensorial, onde se percebe que o estímulo é a idéia de redução de tempo de viagem, a análise sensorial parte para a visão dos veículos a frente e em sentido oposto, assim como a velocidade. O processamento é a marcha que está engatada e o julgamento é saber se a ultrapassagem é possível. A ação fica por conta da decisão de ultrapassagem e a resposta por fim é acelerar e entrar na pista lateral.

Figura 2 – Exemplo de ação cognitiva

Em ambientes industriais constantemente temos que avaliar nossas decisões e fazemos este tipo de avaliação de forma intrínseca ao processo. Por vezes, é necessário a avaliação do desempenho humano por meio de ferramentas como fator de aprendizagem, índice de performance de atividades, índice de vigilância e work-sampling.

Silva (2003) menciona que das 247 causas de acidentes em refinaria de petróleo as falhas humanas são responsáveis por 21,86% delas.

Figura 3- Tabela de acidentes – Silva, 2003, p.81

A falha humana está presente em diversos estudos, como o mostrado na figura abaixo. Por isso, em “tempos de pandemia”, torna-se necessário cuidar da mente, tanto quanto se cuida do corpo. Os problemas e o cansaço mental podem impactar seriamente nossas vidas por meio de decisões mal tomadas.

Figura 4 – Estudos do erro humano na indústria de processos químicos: Magnitude dos problemas dos erros humanos.

E ao se falar de erros cotidianos, temos o exemplo ocorrido na costa da Itália: o naufrágio do Costa Concórdia, onde 32 pessoas morreram. O capitão tomou uma decisão não apoiada de navegar próximo a costa, onde colidiu com rochas. Nessa situação, o capitão também abandonou o barco antes de todos os 4200 passageiros serem resgatados, desobedecendo à ordem do superior e o padrão de segurança. Em resumo, foram perdidos ativos físicos, humanos, de informação, financeiros e intangíveis.

Figura 5–Naufrágio do Costa Concordia.

Portanto, onde a evolução industrial é crescente e essencial o acompanhamento do ser humano deve ser sempre tratado como fator primordial.

 


CENTER FOR CHEMICAL PROCESS SAFETY. Guidelines for preventinghumanerror in processsafety. New York: AICHE, 1994

SILVA, V. A. O planejamento de emergências em refinarias de petróleo brasileiras: um estudo dos planos de refinarias brasileiras e uma análise de acidentes em refinarias no mundo e a apresentação de uma proposta de relação de canários acidentais para planejamento. 2003. 158 f. Dissertação (Mestrado em Sistemas de Gestão)–Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2003.

PALLEROSI, C.A; MANZZOLINI, B. P; MANZZOLINI, L.R. Confiabilidade humana: conceitos, análises, avaliação e desafios.

https://g1.globo.com/mundo/noticia/ex-capitao-do-costa-concordia-e-condenado-a-16-anos-de-prisao-na-italia.ghtml

Disponibilidade X Eficiência no processo. Quando usar?

Por: Kaio Majewski Monteiro
Engenheiro de confiabilidade da Qualidados Engenharia

É importante refletir sobre os resultados que algumas empresas apresentam quando mencionam eficiência ou disponibilidade, pois é necessário pensar que estas métricas de avaliação são extremamente comuns em análises confiabilidade, disponibilidade e mantenabilidade.

Este artigo vai demonstrar uma breve descrição de como a disponibilidade pode ser calculada e sua limitação. Contudo será abordada uma solução, chamada eficiência.

Pode-se pensar que esta situação pode ser aplicada a qualquer processo em que exista a possibilidade de trabalho em série ou paralelo.

Vamos considerar dois equipamentos (X e Y) posicionados em série, cada um produzindo 1 unidade/ hora, portanto a saída ideal em 100 horas será 100 unidades.

Segue o exemplo abaixo:

No sistema operacional demonstrado acima, o sistema teve 20 horas de downtime, devido às falhas de A e B. Portanto, a disponibilidade é:

Disponibilidade do sistema = tempo de funcionamento/ tempo total operacional

%D= (100-20)/100
%D = 0.8 ;

Entretanto, eficiência é o total de saída dividido pelo ideal, se o equipamento não falhar.

Eficiência = 80/100 = 0.8

Portanto, para um sistema em série, disponibilidade e eficiência são iguais.

Agora, vamos considerar um sistema que consiste em dois equipamentos (X e Y) em paralelo, cada um possui uma taxa de produção de 0.5 unidades/ hora, então a saída ideal será 100 unidades.

Quando em paralelo, o downtime será 0 horas.

Disponibilidade do sistema = Tempo de funcionamento/ tempo total
%D= 100/100 = 1

Mas existe o seguinte problema, devido à parada do equipamento A e B = 0.5 x 10 x 2 = 10 unidades deixaram de ser produzidas.

Eficiência = (100- 10)/100 = 0.9

Portanto, a disponibilidade deixou a impressão de que o sistema funcionou 100%, sendo configurado como perfeito!

Enquanto a métrica de eficiência demonstrou que ocorreu 10% de perda.

Portanto, este exemplo demonstra uma limitação de usar o termo disponibilidade para medir confiabilidade, quando seu sistema possui equipamentos em paralelo. Assim, Em toda situação com equipamento em paralelo com a disponibilidade, será fornecida uma visão otimista como se o sistema fosse saudável, mesmo tendo um componente não saudável.

Se o gerenciamento da produção é feito sobre performance do sistema, deve-se usar a eficiência. Com eficiência, pode-se antecipar perdas futuras, pois é possível estimar a perda percentual devido ao componente.

Conheça os impactos do avanço da tecnologia na gestão das comunicações em projetos

Por: Henrique Lisboa
Engenheiro de Planejamento – PMO

Nos últimos anos, o padrão de comunicação entre as pessoas envolvidas em projetos tem sido alterado de forma rápida e, na maioria das vezes, descoordenada devido às repentinas restrições causadas pela pandemia da covid-19 e pelos rápidos avanços tecnológicos em sistemas e aplicativos dedicados a esse tema. Somado isso ao fato de que um grande fator de insucesso em projetos é a comunicação, sejam eles de grande, médio ou pequeno porte, e projetos de parada de manutenção, o desafio de tratar esse tema de maneira correta é bem maior do que se enfrentava no passado.

Para entender melhor esse desafio, a seguir temos os elementos envolvidos na comunicação:

Figura 1: Visão geral dos elementos envolvidos na comunicação
  • Emissor e Receptor: São as pessoas, as partes interessadas dos projetos. Representam a origem e o destino da mensagem;
  • Código da comunicação (codificação/decodificação): é a linguagem, o idioma utilizado, bem como símbolos, siglas e outros termos técnicos;
  • Mensagem: é a real informação que se deseja transmitir através do meio escolhido;
  • Meio: ferramenta, sistema ou condição em que a mensagem é transmitida, difundida ou divulgada;
  • Resposta/Feedback: retorno do entendimento da mensagem, sendo também uma mensagem que passa pelo mesmo processo de codificação, meio e decodificação;
  • Ruído: interferência que distorce ou bloqueia a mensagem. Pode ser encontrado em qualquer um dos elementos da comunicação;
  • Contexto: é o estado emocional e/ou a cultura da pessoa, empresa ou projeto onde ocorre o processo de comunicação.

Quando desenvolvemos ou atualizamos o plano de comunicações dos projetos, esses elementos devem ser conhecidos e analisados para que as devidas ações sejam delineadas e o objetivo de evitar problemas na comunicação entre as partes interessadas seja alcançado. E com o rápido avanço das tecnologias e ferramentas, esse tema é ainda mais desafiador e não pode ser ignorado.

Falando sobre emissor e receptor, suas características pessoais vão variar em grande amplitude de acordo com as habilidades no uso de ferramentas e facilidade de adaptação a novas tecnologias. Isso se deve muito às diversas gerações trabalhando juntas e nem sempre essas características são levadas em conta no momento do planejamento.

Nesse mesmo sentido, o código utilizado nas mensagens, com siglas novas surgindo a todo o momento e linguajar técnico sendo utilizados com maior frequência, traz uma nova abordagem na orientação de como devemos nos comunicar.

Quando olhamos para o elemento “mensagem”, o que temos que observar é o volume imenso de dados e informações que temos à nossa disposição e, portanto, devemos ter a visão de que mensagens em excesso são prejudiciais.

“Das palavras, as mais simples. Das mais simples, a menor”
(Churchill)

Figura 2 Teleconferência – comunicação interativa

Dentre todos os elementos, o meio de comunicação foi o que mais avançou em termos de tecnologia. Aplicativos de mensagens instantâneas, em texto ou áudio, redes sociais, sistemas de chat e teleconferência (Figura 2), softwares de visualização interativa de dados e sistemas de divulgação proprietários são exemplos de como devemos estar antenados quanto aos meios de comunicação.

Falando sobre a resposta e feedback, algumas ferramentas nos apresentam as “confirmações de recebimento” ou “confirmações de leitura” que, ao contrário do que se pensa, não trazem o esperado entendimento pelo receptor.

Quanto aos ruídos, a capacidade dos recursos computacionais para suportar os avanços tecnológicos nem sempre será suficiente e certamente gera improdutividade no dia a dia. Como é o caso da disponibilidade e velocidade das conexões de internet, que tornaram-se de grande relevância e agora não podem ser, de forma alguma, negligenciadas.

Finalizando, o contexto em torno da comunicação tornou-se menos visível no dia a dia das mensagens instantâneas e teleconferências. Frases curtas, abreviadas ou sem pontuação e câmeras desligadas são exemplos que vivemos atualmente que ocultam essa avaliação. Se este não é evidenciado claramente num processo de comunicação, torna mais difícil identificar o “tom da conversa” do emissor que envia a mensagem e como o receptor a recebe. Em casos como este, a interpretação poderá ser equivocada.

Quando trabalhamos a visão geral de um bom planejamento, devemos extrapolar esses conceitos e exemplos para toda e qualquer forma de se comunicar. Sejam elas mensagens automatizadas de sistemas de gestão, “emoticons” utilizados em mensagens instantâneas, expressões corporais nas câmeras em videoconferências, elementos visuais e suas cores em relatórios e até mesmo em discursos das partes interessadas mais importantes. Também devemos trabalhar de forma inteligente o melhor método de se passar a informação, usando a comunicação interativa, ativa ou passiva que, em cada caso, deve ter seu formato discutido e definido.

Observando-se o ciclo completo da mensagem enviada e o seu retorno/feedback, apresentado na Figura 1, trazendo assim a visão de uma comunicação bidirecional, esta prática deve ser encorajada pela liderança e em treinamentos internos bem como aplicada nos diversos canais. Mesmo na comunicação passiva, onde aparentemente essa visão é unidirecional, devemos ter a visão de que o retorno/feedback deve ser recebido ou buscado. Por exemplo, a comunicação feita em memorandos internos, panfletos, ou cartazes deve ter seus mecanismos de avaliação de eficácia, podendo ser por meio de pesquisas informais ou formais, direcionadas ou por formulários.

Cada elemento tem o seu papel fundamental para a comunicação. Mas um deles é de especial importância quando estamos monitorando as comunicações: o ruído. Numa visão mais ampla, temos como exemplos a baixa qualidade das imagens ou gráficos apresentados em relatórios, frases escritas com duplo sentido, palavras faltando acentos ou letras, baixa estabilidade da conexão de internet, excesso de informações em dashboards e áudios com sons de fundo com volume alto. O que devemos observar nessa visão é a promoção da identificação das fontes de ruídos e então criar ações de controle para que não sejam geradas informações distorcidas. Como boas práticas temos a da obtenção do retorno do entendimento da mensagem pelo receptor (feedback), garantindo que seja confirmada a integridade da mensagem e a da utilização de bancos de dados únicos nos mais variados processos, evitando assim a duplicidade de informações.

A gestão da comunicação, quando abordada da forma ampla apresentada nos parágrafos anteriores, torna-se extremamente extensa e, portanto, desafiadora. Mas da mesma forma que os avanços da tecnologia trazem desafios, também trazem soluções.

Figura 3 Documento formal Plano de Gestão da Comunicação

As organizações devem se preparar cada vez mais para as constantes atualizações tecnológicas no seu dia a dia, sob o risco de não terem eficácia nas comunicações. Com o surgimento de aplicativos de coleta rápida de informações e que tem seus bancos de dados na nuvem, por exemplo, as informações são disponibilizadas mais rapidamente e a tomada de decisão será mais assertiva, bem como a eliminação de ruídos proveniente de várias fontes de informação. Como exemplos, temos os aplicativos em smartphones e os dashboards sendo cada vez mais utilizados de forma interligada e online, deixando para trás as comuns apresentações em slides com informações obsoletas.

O gerente de projetos, dentre suas funções de liderança, deve se dedicar ao tema da comunicação um pouco mais do que antes. Como base de conhecimento para isso, o “Guia PMBOK” apresenta diversos processos definidos para o gerenciamento das comunicações. Já sobre os métodos ágeis, temos a referência do “Manifesto Ágil” apresentando em seus valores a comunicação como instrumento essencial no desenvolvimento dos trabalhos, tanto nas interações entre indivíduos quanto na colaboração com o cliente. Após relacionar esse conhecimento com o que vivenciamos no cenário tecnológico atual, o planejamento poderá ser realizado com êxito.

Agora, resta colher os resultados de uma boa execução do plano de comunicações (Figura 3), mesmo sabendo que não é tão fácil medir o desempenho. Os indicadores indiretos e/ou secundários poderão nos mostrar, por exemplo, uma diminuição do retrabalho, a melhoria da produtividade e melhoria no clima organizacional. Mas, certo mesmo, é que será um esforço que valerá a pena.

Referências: Guia PMBOK, Manifesto Ágil, Metodologia Qualidados de Gestão de Paradas.