2021

2º QD Connect com Inovação Aberta com nossos clientes.

2022

Certificação Great Place To Work – GPTW.

2023

30 anos Qualidados.

Indústria 4.0 e o indicador Wrench Time: uma abordagem sobre os avanços tecnológicos e as novas possibilidades de utilizar esse indicador de maneira mais assertiva.

Por: Bruno Assis
Coordenador de PDI da Qualidados Engenharia

Não é novidade que o setor de manutenção vem ganhando evidência e possibilitando diferenciais competitivos frente a um mercado cada dia mais globalizado e exigente.

A indústria 4.0 vem causando uma transformação nos processos das indústrias em geral, não sendo diferente com o setor de manutenção. Tecnologias como automatização, dispositivos interconectados, sensores, nuvem, gateways, big data e outros recursos do IoT, vêm possibilitando uma revolução na esfera da manutenção industrial e entregando cada vez mais valor às empresas.

Em busca de diferencial competitivo, essas indústrias investem, cada vez mais, para aperfeiçoar seus processos, descobrir ferramentas, modos que possibilitem reduzir desperdícios e, ao mesmo tempo, aumentem a produtividade e a qualidade.

Dentro desse universo que é a manutenção, o indicador de Wrench Time, traduzindo do inglês “tempo de chave”, ganha cada vez mais destaque. Com os avanços tecnológicos, atividades e ferramentas antes consideradas abstrusas, tornam-se pragmáticas e assertivas. O Wrench Time, também chamado de “Fator de produtividade”, é um dos principais indicadores para a Gestão da Manutenção, possibilitando entender como está o desempenho dos funcionários, qual é o tamanho dos desperdícios da sua operação e onde estão os principais gargalos.

E como o indicador de produtividade “Wrench Time”, aliado com novas tecnologias, pode suportar nesse processo de busca pela excelência operacional?

O Wrench Time é um indicador que revela o porcentual do tempo total em que um profissional da manutenção de fato gasta com atividades produtivas, ou seja, aquelas que agregam valor para a empresa e estão descritas em seu plano de manutenção. Desconsideram-se atividades, tais como, tempo de deslocamento, emissão de documentos, busca de ferramentas ou peças, reuniões, abertura de ordens, etc…

O desafio maior de controlar esse indicador não está no cálculo, mas em conseguir coletar os dados de forma assertiva.

Conforme apresentado na fórmula matemática abaixo, os cálculos para definir esse indicador são extremamente simples.

No entanto, os métodos tradicionais (sem recursos tecnológicos) utilizados pelas empresas não estão aptos a entregar praticidade e exatidão para monitorar esse indicador, e assim não existe uma robusta confiabilidade dos dados coletados. Seguem listados algumas dessas maneiras:

  • Entrevistar o funcionário

Ir ao Gemba e colher relatos dos funcionários sobre a atividade que realizou, buscando uma estimativa do tempo produtivo e ocioso de cada tarefa realizada.

  • Monitoramento visual

Esse método consiste em realizar um monitoramento visual dos colaboradores e registrar o tempo produtivo despendido em cada atividade.

  • Método estatístico

Aqui, se adota um grupo de amostragem maior. Entre os métodos adotados sem recurso tecnológico, esse é o que mais se aproxima da realidade, mas, mesmo assim, possibilita margens de erros consideráveis.

Com os exemplos acima, percebe-se que os modelos tradicionais adotados estão ultrapassados, e, de fato, apresentam baixa confiabilidade, potencializando, assim, entendimentos incorretos, tomadas de decisões equivocadas e investimentos mal alocados.

O surgimento de novos recursos tecnológicos vem transformando o controle do Wrench Time, possibilitando maior robustez e valor ao processo.  Está cada dia mais claro a sua importância e como um monitoramento bem-feito pode revelar pontos, antes imperceptíveis, de falhas na operação e suportar diretamente em um melhor entendimento de outros indicadores críticos, como, por exemplo, custos, homem-hora e backlog.

Além dos pontos já mencionados anteriormente, ter implementado um sistema tecnológico robusto do controle de Wrench Time poderá ainda entregar outros inúmeros benefícios.

Alguns exemplos abaixo:

  • Melhor entendimento sobre o desempenho do planejamento da manutenção;
  • Com um melhor entendimento do planejamento, é possível alocar melhor os investimentos e, com isso, diminuir custos e desperdícios;
  • Planejamento de qualidade reduz os tempos de espera;
  • Equipe de manutenção bem planejada e com boa performance viabiliza ativos de boa qualidade, o que possibilita melhor produtividade e capabilidade de processo;
  • Redução de ações corretivas, focando em manutenções preventivas;
  • Dados confiáveis possibilitam medições assertivas, consequentemente bons ciclos de melhoria contínua.

Apesar dos pontos positivos, é preciso atenção em relação à qualidade. Mesmo atingindo bons níveis do indicador de produtividade, se as entregas forem de baixa qualidade, o processo não pode ser considerado eficaz.

Estudos revelam que o valor referente ao Fator de Produtividade no Brasil está entre 12 e 25%. Nota-se que é uma fração muito pequena do trabalho de um funcionário da manutenção que é gasto com atividades que agregam valor para a empresa. Diante dos números revelados nesses estudos, percebe-se que temos um mundo de oportunidades a serem exploradas que permitirão ao Brasil atingir índices que impulsionem a produtividade do país, tais como investimentos no ambiente fabril, melhorias de processo, capacitação de mão-de-obra e o mais importante: desenvolvimento tecnológico.

Conclui-se assim que, em mercados altamente competitivos, empresas se veem obrigadas a investir em seus diferenciais. É imprescindível flexibilidade, estar aberto às mudanças e o principal: estar atento às novas tecnologias que possibilitem identificar e corrigir falhas rapidamente, gerando maior valor aos negócios e possibilitando aprender muito com esse processo.

QualiDados. Engenharia com Tecnologia

“A Governança precisa sair do papel”

Um bate-papo sobre perspectivas e desafios da implantação de sistemas de Governança Corporativa com a consultora Marta Castro, do Instituto Planos

Nos meios empresarias, a implantação de Sistemas de Governança vem se consolidando como estratégia para garantir uma gestão mais transparente e responsável. Mas, afinal, o que é Governança Corporativa? Que ganhos ela pode trazer para as empresas? E quais os desafios para o seu sucesso? Levamos estas e outras perguntas para um bate-papo com a consultora Marta Castro.

Administradora de empresas com especializações em Marketing, Administração e Recursos – e experiência  como gerente de Marketing e Relações Institucionais de empresas privadas e organizações do terceiro setor –  Marta é sócia-diretora, desde 2009, do Instituto Planos, uma empresa de consultoria em Planejamento e Desenvolvimento, com atuação em vários países. Desde julho de 2019, ela e o sócio-fundador do Instituto, Ângelo Veiga, estão conduzindo a implantação do Sistema de Governança da Qualidados. Confira:

Como surge o conceito de Governança e o que ele representa?

De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), a Governança é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, o que envolve relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas.

O conceito surge no começo dos anos 1990, com a instalação pela Bolsa de Valores de Londres de um comitê para revisar as práticas de contabilidade e finanças de  companhias britânicas envolvidas em  escândalos. Mas é em 2002 que a ideia ganha força, com a promulgação, pelos Estados Unidos, da lei Sarbanes-Oxley, conhecida como lei SARBOX, decorrente dos escândalos contábeis que o mercado americano enfrentou à época, sendo o mais famoso deles o caso Enron.

O sistema de Governança protege o valor da empresa, independente da presença dos sócios, pois deixa claro a macroestrutura, os âmbitos de responsabilidade e decisão, além de definir os instrumentos de delegação planejada e responsável, com critérios claros para acompanhamento, avaliação e tomada de decisão.

O que as empresas têm a ganhar com a Governança?

O trabalho assegura uma gestão transparente, onde as informações estão disponíveis não só para acionistas, mas para todos os públicos de interesse (stakeholders). Assegura também a accountability, que é comumente traduzida como prestação de contas, mas cujo significado é bem mais profundo. A palavra poderia ser melhor traduzida como responsabilização, ou auto-responsabilização, pois pressupõe que cada ator envolvido no processo, em especial os executivos, assuma e sustente suas ações e decisões perante os acionistas e a sociedade.

Outro ganho é a equidade e a responsabilidade corporativa. A equidade, diferente da igualdade, assegura oportunidades iguais de crescimento e desenvolvimento, mesmo que para isso precise tratar desigualmente os colaboradores, pois considera as necessidades, potenciais e limitações de cada um. E a responsabilidade corporativa, por sua vez, garante boas práticas econômicas, ambientais e sociais, considerando social tudo que tange a pessoas, seja dentro ou fora da empresa.

O mercado e a sociedade, de forma geral, vêem com bom olhos a governança corporativa. Portanto, além de dar segurança aos acionistas, a iniciativa agrega valor ao patrimônio tangível e intangível da empresa.

Qual o tipo de metodologia adotada pelo Instituto  Planos?  Como funciona?

Chama-se THOR – Tecnologia Humanista Orientada para Resultados. Nesta tecnologia, cada líder assume prioridades alinhadas com o Plano Estratégico da empresa, passando a ser dono daquelas prioridades, com seus ônus e bônus. Com isso, papéis e responsabilidades ficam muito claros e permitem que as pessoas possam trabalhar com autonomia. Mas o mais importante não é a ferramenta, e sim a metodologia de acompanhamento, onde cada líder se torna um educador e apoiador da equipe no seu processo de desenvolvimento, e isso inclui a diretoria.

Na Qualidados, todo o processo até o momento teve como metodologia exposições dialogadas, registradas em súmulas ou propostas de deliberação. Ou seja, muito diálogo, negociação e acordo. Também tivemos o cuidado de caminhar alinhados com a implantação do processo de Compliance, realizando reuniões sobre o tema, sempre que necessário.

Quais os maiores desafios deste tipo de trabalho?

O maior desafio são as pessoas e isso inclui os dirigentes. Apesar da iniciativa partir dos sócios-diretores, o processo passa por uma mudança de modelo mental e de gestão, por exemplo, da centralização para a descentralização. Traz também impacto na estrutura, pois ao passo que as pessoas ganham mais autonomia, elas também precisam tomar decisões a bancá-las. Sem falar no ajuste aos novos instrumentos que dão suporte a todo o sistema, como por exemplo os Programas de Ação individuais.

Como você avalia o processo na Qualidados? Que dicas você sugere para o sucesso da implantação?

Na Qualidados, todas as etapas do Sistema estão caminhando muito bem, mas para dar certo, a Governança precisa sair do papel. Por isso, nosso cuidado com o processo. Escrever políticas e montar organogramas é fácil; o papel tudo aceita, mas as pessoas não. A Governança precisa ter “espírito, alma”. Precisa retratar o desejo dos acionistas. Precisa dar suporte às pessoas envolvidas no processo. Precisa consolidar cada decisão antes de partir para uma etapa seguinte. Precisa envolver as pessoas, para que se apropriem do que está sendo construído, afinal, a consultoria é um facilitador e orientador, mas sócios e equipe são os verdadeiros donos do trabalho.

Como podemos crescer junto com as startups?

Por Jane Carvalho, sócia-diretora da Qualidados Engenharia

Nos últimos meses, os colaboradores da Qualidados começaram a se acostumar com a presença de uma galera diferente frequentando a nossa Sede:  um grupo formado por gente jovem e sem muita formalidade, esbanjando energia e ideias criativas.  O burburinho nos corredores é apenas um primeiro efeito (e ainda superficial) da enorme transformação que a aproximação com o mundo das startups pode trazer para uma empresa como a nossa, já consolidada no negócio de gerenciamento de projetos no país.

Mas como conduzir uma transformação deste tipo? Qual o caminho a tomar para crescer junto com estes empreendedores do mundo digital?  De que forma mobilizar organizações com perfis tão diferentes em torno de objetivos comuns?

Estas perguntas se tornaram cruciais desde que a Qualidados decidiu dar um novo salto de investimento em inovação.  Em 2019 – pouco antes da comemoração dos nossos 26 anos – aderimos ao Nexos, uma iniciativa do Sebrae Nacional e da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec). No programa, startups recebem orientação e investimento e, em contrapartida, as patrocinadoras contam com suporte para financiar seus projetos via acesso a linhas de fomento.

No mesmo ano, lançamos um evento de inovação, o QD Connect.  Aqui a ideia foi atrair também startups e empresas de base tecnológica para gerar conexões, parcerias e negócios com foco em soluções inovadoras para aprimorar nossos serviços.

Nosso movimento segue uma tendência muito mais ampla. Depois que a ação disruptiva de empreendimentos como Netflix, Airbnb e Uber abalou as estruturas de mercados inteiros, as  organizações tradicionais parecem ter despertado de vez para os benefícios das parcerias com startups. De modo geral, porém, a estratégia surge quase sempre como  possibilidade a ser explorada por grandes corporações.  No topo do último ranking das empresas que mais fecham negócios com startups no Brasil – publicado anualmente pela plataforma 100 Open StartUps (www.openstartups.net) – estão gigantes como BMG, Natura e a multinacional Accenture.

Como empresa de médio porte, e sediada no Nordeste, a Qualidados tem muitos desafios a vencer em sua nova empreitada.  Neste momento, em que estamos dando os primeiros passos na construção das parcerias, os modelos possíveis para criar sinergia são inúmeros. Nos projetos fomentadas pelo programa Nexos,  ingressamos como investidores financeiros. Em outros casos, pode ser mais interessante optar por uma parceria comercial ou ainda  contratar a startup para atuar como uma espécie de fornecedora, desenvolvendo tecnologia para ser incorporada ao nosso negócio.

Seja qual for a solução encontrada, um fator que me parece chave é a necessidade de construir uma verdadeira relação ganha-ganha, baseada em uma proposta de valor que satisfaça ambas as partes.  E esta construção só é viável a partir da busca de um equilíbrio entre os perfis de cada parceiro.

A contraposição entre empresas tradicionais e startups é bem conhecida. De um lado, o peso da experiência no mercado e as vantagens de uma maior solidez e capacidade de investimento. Do outro, a velocidade proporcionada por  estruturas flexíveis e informais, altamente criativas e focadas em novas tecnologias na busca por  um modelo de negócios repetível e escalável.

Na conexão entre estes dois mundos, não há modelo ideal, nenhuma fórmula pré-concebida que possa ser aplicada sem risco pelas empresas, em qualquer cenário.  Mesmo assim, podemos ficar atentos a estratégias que permitam explorar o melhor do potencial de cada um de nós. Não é bom negócio para empresas tradicionais como a Qualidados sufocar o potencial criativo e a capacidade de crescimento das startups, “canibalizá-las” de forma predatória e com exigências burocráticas. Ao mesmo tempo, teremos pouco a ganhar (e mesmo muita a perder) com parcerias que não estejam em sintonia com a nossa expertise e alinhadas às nossas necessidades. Entre um e outro cenário, há um mundo de possibilidades que estamos prontos para explorar, crescendo junto com as startups.

“Uma organização sem ética tem vida curta”

Especialista em programas de Compliance, o advogado e auditor  José Guimarães fala dos desafios e benefícios do combate à corrupção nas organizações.  

Era 16 de novembro de 2014 quando a Operação Lava Jato se iniciou, com a prisão do principal executivo do Grupo UTC, , Vinte dias depois, José Guimarães visitava-o na prisão, em Curitiba. Sua missão: liderar aquilo que era uma das condições das autoridades  para o acordo de delação premiada com o executivo, a implementação de um programa de Compliance, Governança e Riscos muito forte no Grupo UTC. Advogado com longa experiência como processualista civil, José Guimarães não apenas cumpriu sua missão – implementando o programa e validando-o junto à Controladoria Geral da União e à Petrobras – como se tornou referência no assunto.

Em seu currículo, há certificações internacionais, como a de auditor líder nas normas ISO 37001 (Sistema de Gestão Anticorrupção) e 19.600 (Sistema de Gestão em Compliance) pela World Compliance Association. Hoje, é coordenador da Pós-Graduação em Compliance da Faculdade Baiana de Direito e dá consultoria e auditoria a organizações e empresas como a Qualidados na implantação e auditoria de programas na área. Nesta entrevista, ele contou para a Qualinews como a ética e o combate à fraude e à corrupção podem não apenas mitigar riscos para as finanças e a imagem da empresa como  contribuir até para a sua produtividade. Confira:

O que significa Compliance?

A palavra compliance vem do inglês to comply que significa “estar de acordo com”, cumprir.  Na minha visão, Programa de Complianxce significa estar de acordo com a lei, a ética e a integridade, com a finalidade de prevenir, detectar e punir atos antiéticos, ilegais, que podem comprometer a gestão, as finanças, a imagem e principalmente colocar em risco a reputação e a existência da organização,  contribuindo para gerar uma vida longa, profícua e próspera para as organizações, mitigando riscos a médio e longo prazo.

Por que é importante promover ética nas organizações?

Uma organização que não tem valor, ética e integridade tem vida curta e pode ruir a qualquer momento. O grupo UTC, por exemplo, era um grande grupo, porem, com o impacto reputacional ficou muito reduzido, e esta hoje em recuperação judicial.   A corrupção é hoje um dos maiores riscos a que uma empresa está sujeita, principalmente após o advento da Lei Anticorrupção e neste momento novo  no Brasil de absoluta  intolerância em relação à corrupção.

Compliance é também um bom investimento. Estudos demonstram que 5% do faturamento  bruto de qualquer instituição se perdem na aplicabilidade de normas, falta de políticas e procedimentos adequados, utilização equivocada do próprio ferramental e também conflito de interesses, vantagens indevidas, fraude e corrupção. O Compliance preserva os diretores e acionistas de riscos, inclusive de responsabilização penal e das multas da Lei Anticorrupção que variam de O,1% a 20% do faturamento bruto mensal, além de valorizar a imagem, a marca e a historia da empresa publica ou privada.

E como todos estes objetivos podem ser alcançados?

O primeiro requisito é o apoio irrestrito da alta administração.  O segundo é a análise de riscos.  Na sequência, construímos, juntamente com a organização, um bom código de ética. Associado a este documento, desenvolvemos políticas, procedimentos e registros aderentes, conectados e auditáveis. Também desenvolvemos um plano de comunicação e um treinamento muito forte e bem estruturado, com atividades que mobilizam 100% da organização. Em seguida, implementamos um canal de denúncia externo, autônomo, anônimo e independente que funciona como canal de ética.

Todos estes itens compõem o primeiro dos três pilares do Programa de Compliance,  voltado para a prevenção. O segundo é o pilar da identificação, também chamado de pilar da auditoria, investigação ou detecção. É quando criamos a equipe com investigadores e auditores e estabelecemos a rotina de identificação e conclusão das investigações. Já o terceiro e último pilar é o da resposta ou punição, voltado para a aplicação das medidas punitivas decorrentes das investigações. Ele é concluído com a realização, em caráter confidencial, de um julgamento de um comitê autônomo e independente chamado comitê de ética. Ao final do processo, a própria empresa passa a gerir o seu Sistema de Gestão de Compliance, que poderá ser auditado e certificado.

Uma estratégia dessas não pode afetar a ambiência da empresa, gerando um clima de tensão e desconfiança?

Pelo contrário. Quanto mais você previne, melhor você detecta e mais equilibradamente você pune, e quanto mais você pune com autoridade e equilíbrio, mais você alimenta a prevenção, gerando um ambiente de transparência. Em uma implantação bem feita, há uma investigação cuidadosa, sigilosa, silenciosa e um julgamento adequado, sob o manto da confidencialidade, que dá inclusive oportunidade para que o colaborador se torne um profissional melhor.  Investigação após investigação, a iniciativa ganha credibilidade e gera-se um ambiente que valoriza a responsabilidade e a honestidade. Estudos demonstram, inclusive, que este movimento pode resultar em melhoria da produtividade, porque o colaborador trabalha com mais alegria, satisfação, transparência, valorização, dignidade e responsabilidade.  O ambiente ético atrai talentos, gera ótima convivência e prosperidade,  e’ uma questão sociológica.