Como se posicionar frente à LGPD?

Uma reflexão sobre aprendizados e desafios do processo de adequação à legislação que visa conferir mais controle ao tratamento de dados pessoais.

Por Maurício Simões – Diretor da Qualidados

Cidadãos com maior autonomia para decidir sobre o destino de seus dados pessoais e empresas mais conscientes de sua responsabilidade no tratamento dado a estas informações. Os avanços trazidos pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) são inequívocos e respondem a uma crescente demanda da sociedade por mecanismos que possam colaborar para preservar os direitos fundamentais de liberdade e privacidade dos indivíduos e coibir o uso indevido de suas informações pessoais.

Desde que a Lei 13.709 foi sancionada em 2018, no entanto, a adequação à nova legislação tem gerado desafios grandes para as organizações, e de maneira muito especial para as empresas de médio e pequeno porte. Em síntese, o que as novas regras demandam é que se faça uma revisão profunda no nosso modo de coletar, armazenar e processar dados pessoais – sejam estes dados de clientes, parceiros, colaboradores, prestadores de serviço, ou mesmo prospects, visitantes ocasionais e até seguidores de perfis em redes sociais.

Diferente do que ocorre em outras áreas, no entanto, ainda não há um conhecimento consolidado sobre o melhor caminho a percorrer para a adequação à LGPD: um roteiro de práticas bem-sucedidas e testadas pelo mercado que possa guiar as organizações, de forma segura, em seus processos de implantação.

Afinal, num cenário onde as inovações tecnológicas impulsionam revoluções aceleradas nos modos como empresas e indivíduos trocam informação, a demanda por mais controle sobre os dados pessoais é ainda algo relativamente recente. A própria General Data Protection Regulation (GDPR) – o regulamento pioneiro da União Europeia que gerou impacto nas operações de gigantes como Google e Facebook e inspirou a legislação brasileira – entrou em vigor há apenas três anos.

Na Qualidados, a resposta que estamos encontrando para estes desafios passa pela expertise acumulada na adoção de boas práticas de gestão. Pioneira, em seu segmento, na implantação de Sistemas de Gestão, com a certificação pelas normas ISO 9001, ISO 14001 e ISO 45001, nossa empresa também já tem uma tradição de aposta na cultura de inovação. Desde 2014, temos implantado um sistema de gestão de inovação baseado nas melhores práticas e ferramentas do mercado.

Nos últimos anos, investimos ainda em um Programa de Compliance e em um Sistema de Governança que criaram um contexto favorável às ações necessárias para fazer frente às exigências impostas pela LGPD. A tarefa gigantesca – e que vem demandando de nossas equipes um aprendizado contínuo – consiste em adequar todos os nossos processos administrativos e operacionais, que demandam algum tipo de tratamento de dados de pessoas físicas, para atender a requisitos de segurança, privacidade e rastreabilidade nos fluxos de informação.

Na esteira desta mobilização, o processo de implantação tem nos levado a investir em soluções tecnológicas que conferem mais segurança ao tratamento das informações. O desafio de se adequar à nova legislação, no entanto, vai muito além das possibilidades oferecidas pelo mercado de softwares e aplicativos. Quando, por exemplo, um colaborador leva para casa uma folha de papel com informações sobre candidatos a uma vaga de emprego, isso também pode ser entendido como vazamento de dados. Dessa maneira, seja qual for o caminho adotado na adequação, é preciso ter em mente sempre que a mudança mais importante gerada pela LGPD é cultural: um convite por mais consciência e compromisso com os direitos de cada indivíduo com quem nos relacionamos, dentro e fora do mundo virtual.

E vocês, o que acham dessas mudanças trazidas pela LGPD? Deixe aqui o seu comentário e vamos trazer esse debate para a realidade de nossas empresas.

Inovação para todos

Eventos de integração mobilizam equipes dos contratos, que passam a poder acessar o Banco de Ideias e participar diretamente do Programa de Inovação da Qualidados.

Temos mais mentes conectadas com a busca de soluções inovadoras. O Programa de Inovação da Qualidados está abrindo suas portas para a participação direta das equipes que atuam junto aos clientes na execução dos contratos. Ao longo dos meses de maio e junho, uma série de eventos de integração está mobilizando os profissionais destas equipes, que a partir de agora passam a ter um canal disponível 24 horas para sugerir ideias e ter acesso à metodologia do Jogo da Inovação (JOIN), adotada desde 2014 para estimular a colaboração e a criatividade na empresa.

Para o analista de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I), Samuel Souza, a integração é um marco dentro do Programa de Inovação.

“Para a Qualidados ouvir o time é fundamental, por um motivo simples: quanto mais diversificadas as ideias maiores são as possibilidades de conexão e de gerar resultados, e inovação é justamente esta transformação de ideias em resultados positivos”, argumenta.

Já o analista de Qualidade Tairone Freire ressalta que a empresa dobrou o orçamento destinado à inovação para que o programa pudesse chegar ao maior número possível de colaboradores. O trabalho de adequação incluiu até a aquisição no mercado de uma ferramenta on-line de banco de ideias.

“A participação das equipes do contrato era um desejo desde que iniciamos com a metodologia JOIN; agora, após todo processo de Governança e definição do Planejamento Estratégico do último ano, nós conseguimos construir a estrutura e os meios necessários para tornar este desejo realidade”, conta Tairone.  A expectativa em relação aos resultados é a melhor possível. “Nós acreditamos que os colaborador na linha de frente com os clientes têm uma capacidade imensa de gerar ideias com maior valor agregado”, afirma.

Os eventos de integração – que vêm sendo realizados por meio da plataforma de webconferência MS Teams – são promovidos pelo Comitê de Inovação em parceria com a área de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I). A programação inclui informações sobre a história da gestão de inovação na Qualidados, o próprio conceito de Inovação, a metodologia JOIN, as boas práticas na área e o funcionamento do Portal de Inovação (Banco de Ideias). Em paralelo, os participantes ficam por dentro das soluções inovadoras que a empresa vem desenvolvendo em parceria com startups e de como estas soluções podem ser utilizadas nos contratos.

Após a atividade de integração, os profissionais passam a ter acesso ao Banco de Ideias, estando aptos a atuar no desenvolvimento, implementação e teste das ideias geradas por meio programa. Além disso, eles passam a participar (como ouvintes ou apresentadores) de uma série de eventos que integram a iniciativa. São eles: o Momento Radar, com foco no monitoramento de inovações no mercado, os Eventos de Ideação (EVI), que contam com uma equipe multidisciplinar cujo objetivo de construir e materializar ideias geradas na empresa, e os Encontros de Disseminação de Conhecimento (EDC), voltados para o compartilhamento de conhecimento e know-how.

No limite do esgotamento mental

Psicóloga ensina o que é a síndrome de Burnout e como podemos reconhecer os sinais deste distúrbio que leva a estados de tensão e stress crônicos no trabalho.

Nunca se falou tanto em síndrome de Burnout. Em um momento onde as pressões típicas do mundo moderno se somam aos desafios trazidos pela pandemia, a sociedade acende o sinal de alerta para este distúrbio psiquiátrico que leva profissionais ao limite do esgotamento físico e mental. Para entender melhor esta síndrome, e saber como podemos preveni-la, nós conversamos com a psicóloga clínica e especialista em Saúde Mental, Educação Especial e Inclusiva, Liege Galdino. Confira:

O que é a síndrome Burnout e como surgiu?

A síndrome de Burnout – também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional – foi descrita pela primeira vez pelo médico alemão Herbert Freudenberger em 1974. A expressão vem do inglês “burn out”, que significa “queimar por inteiro”. É um distúrbio psíquico que tem como principal característica o estado de tensão emocional e stress crônicos provocado por condições de trabalho desgastantes dos pontos de vista físico, emocional e psicológico.

O que difere a síndrome de Burnout de situações de stress no trabalho?

Em situações de stress, todo o nosso esforço está concentrado para um objetivo, o que nos deixa em estado de alerta, demandando energia e tirando nossa tranquilidade. Ao alcançarmos o resultado, porém, descansamos e seguimos rumo à jornada seguinte. Já uma pessoa com síndrome de Burnout não tem condições físicas e emocionais de dar conta mesmo de tarefas mais simples. Trata-se de uma situação no qual o estado físico e emocional do indivíduo fica fortemente comprometido.

Porque há tanto interesse pela síndrome? Há crescimento no número de casos?

Fatores como competitividade, carga de trabalho elevada e queda nas condições e na qualidade de vida têm contribuído para um crescimento da Síndrome em todas as classes sociais, e este cenário vem sendo potencializado nos últimos tempos pela pandemia da covid-19.  Em minha prática clínica tenho percebido um aumento no número de casos de trabalhadores em sofrimento pela própria angústia da pandemia, que veio nos trazer muitas incertezas, perdas e sofrimento.

Como a síndrome de Burnout se desenvolve?

A síndrome se manifesta em pessoas cuja profissão exige envolvimento interpessoal direto e intenso, que vivem sob forte pressão, num ambiente de desvalorização e cobrança. Geralmente, o indivíduo começa com foco exagerado no trabalho e esquece lazer, família, vida social.  Em algum momento, começa a ficar cansado e impaciente com colegas e família. É quando surgem os sintomas ansiosos. Depois vem a exaustão, a apatia. Esgotado, ele não vê mais graça no mundo; aí surgem isolamento e tristeza. Em alguns casos, adota comportamentos impulsivos para tentar buscar energia, abusando de cafeína e álcool, com compras excessivas e compulsão alimentar

Como a pessoa pode identificar em si o surgimento do problema?

A síndrome de Burnout surge com sinais de alerta, por isso, precisamos entender nosso corpo e como ele reage quando está sob pressão, ficar atentos as nossas emoções e sentimentos, a reações de irritabilidade, insegurança, negatividade, preocupação excessiva e também a sintomas físicos como enxaqueca, cansaço intenso, dores musculares, alteração nos batimentos cardíacos e no apetite, distúrbios gastrointestinais, insônia, dificuldade de concentração e memória. Todos estes são sinais que podem indicar que chegou o momento de buscar ajuda.

Quais orientações você daria a alguém nesta situação?

Não se envergonhe ou tenha medo de falar sobre o que você sente. A ajuda de um profissional de saúde (psiquiatra, psicólogo ou neurologista) é imprescindível. Se você não tem forças para ir sozinho, busque o RH de sua empresa ou alguém de confiança e fale: falar faz toda a diferença para que haja a intervenção o mais cedo possível.

E como prevenir a síndrome de Burnout?

A prevenção deve ser sempre em está atento ao nosso cuidado interior, precisamos cuidar de nossa vida com carinho e atenção. Às vezes, vivemos no automático, achando que somos máquinas e não nos damos conta de que é preciso rever nossa forma de viver. Além disso, um ambiente de trabalho saudável certamente nos proporciona uma qualidade de vida melhor. Por isso, são tão importantes a relação afetiva e de respeito entre os colegas, a promoção de atividades prazerosas, a cobrança de forma leve e compreensiva. Vivemos melhor quando somos bem tratados, respeitados e valorizados.