2009

Pela primeira vez entre as 100 PME’s que Mais Crescem no Brasil.

2010

46º lugar no ranking das 200 pequenas e médias empresas que mais crescem.
Prêmio Parceria Responsável Petrobras.

Tempo de conectar

Evento de inovação gera interação inédita entre lideranças de diferentes segmentos industriais na busca por soluções para desafios da produtividade na manutenção.

A realidade de segmentos como mineração, óleo e gás, petroquímica e siderurgia pode ser bastante diversa – da cultura organizacional aos processos das plantas industriais. Ao mesmo tempo, porém, há muitos pontos em comum entre as dores e desafios vivenciados por estas indústrias para melhorar a produtividade dos seus serviços de manutenção.  Mas o que ocorreria se lideranças de manutenção destas empresas tão diferentes (e ao mesmo tempo com tantas similaridades) passassem a trocar ideias e experiências?  Que soluções e insights poderiam surgir a partir daí?

Foi pensando neste potencial que a Qualidados reuniu por duas horas em um ambiente virtual 10 gestores da área de manutenção de empresas de sete diferentes segmentos industriais: siderurgia, química, petroquímica, metalurgia, óleo e gás, fertilizantes e mineração. No evento de inovação aberta QD Connect, estes profissionais – que atuam em grandes players do mercado como Vale, Gerdau, Stepan Química, SBM Offshore, Yara Fertilizantes, CBMM Mineração e Braskem -, foram convocados a identificar coletivamente os principais problemas que afetam a produtividade dos seus serviços de manutenção (seja na rotina ou durante paradas), correlacionando cada problema com possíveis causas e insights de solução.

Como resultado do trabalho, o grupo identificou 24 diferentes problemas, entre os quais foram selecionados nove prioritários, agrupados em quatro áreas: Execução, Processos, Manutenção e Capacitação.  Também foram levantadas 24 causas para estes problemas e 50 insights com rotas para sua solução, incluindo desde a criação de programas de capacitação de mão de obra até melhorias nos processos de contratação, padronização de procedimentos, desenvolvimento de novas soluções tecnológicas e adoção de tecnologias da indústria 4.0.

A produção foi sistematizada em um relatório, entregue a cada um dos participantes. O movimento, no entanto, está só no começo.  “Este primeiro evento funcionou como uma espécie de brainstorm para mapear os desafios à produtividade da manutenção. “Nossa ideia agora é organizar uma segunda etapa, com o objetivo de engajar as lideranças no desenho das soluções, dentro de uma proposta de design thinking“, explica a sócia-diretora da Qualidados, Jane Carvalho, que teve a ideia para a criação do QD Connect a partir de sua própria experiência com os clientes.

“Percebi que as empresas de certos segmentos apresentavam avanços em determinadas áreas que indústrias de outros segmentos não adotavam e vice-versa, e que os segmentos muitas vezes não conversavam entre si”, relata Jane. “Há práticas que podem ser replicadas independentemente da cultura ou do segmento onde elas foram implementadas: este trabalho em rede gera valor para todos os participantes”, complementa o gerente de Projeto, Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Qualidados Thiago Lopes.

A resposta das lideranças de manutenção à proposta só confirmou o acerto do diagnóstico da Qualidados. Em uma pesquisa de satisfação realizada após o evento, todos os profissionais afirmaram que participariam novamente do evento e/ou indicariam o QD Connect para outra pessoa, e também confirmaram seu interesse em marcar presença em um evento de design thinking.

A despeito da realização de um segundo encontro, no entanto, o aumento da interação entre as lideranças já pôde ser sentido. “A partir deste contato inicial, nós percebemos que houve uma troca de contatos entre os participantes com o objetivo de estreitamento futuro da relação entre as empresas”, observa o sócio-diretor da Qualidados, Luiz Henrique Costa, ao ressaltar também que os insights levantados durante o QD Connect podem auxiliar a Qualidados no desenvolvimento de soluções para atender às demandas dos clientes.

Inovação também na forma      

O QD Connect sobre Produtividade na Manutenção inovou também na forma.  Concebido a partir de uma parceria entre a Qualidados e o estúdio de design de inovação Clara Idea, o evento adotou o World Café, uma metodologia de conversa em grupo criada nos anos 1990 na Califórnia pela dupla Juanita Brown e David Isaacs, e que é usada no mundo todo para a exploração de temas relevantes, estimulando a criatividade e criando espaço para a emergência da inteligência criativa.

Na adaptação para o formato on-line, a interação foi promovida por meio da divisão dos participantes em grupos que se reuniram em salas virtuais para participar das rodadas de discussão. Tudo isso orientado por facilitadores, redatores e observadores da própria empresa, previamente capacitados. “Em apenas duas horas, o conflito criativo levou à construção de um conjunto rico de insights para inovação; conectou profissionais de diferentes empresas e diferentes segmentos industriais, que identificaram possibilidades de colaboração; e fortaleceu tanto a cultura de inovação aberta da empresa como o ecossistema local de inovação”, resume a co-fundadora e CEO da Clara Idea, Ana Pires, que atuou como mediadora do evento.

A hora e a vez das paradas

Conheça os desafios que a pandemia trouxe para estes grandes eventos de manutenção da indústria e as estratégias que a Qualidados usa para superá-los.

Quem conhece a realidade de uma planta industrial sabe a importância de realizar paradas programadas de manutenção no menor prazo possível, já que elas mobilizam um grande número de trabalhadores e são fundamentais para garantir a segurança e a confiabilidade dos equipamentos. Afinal, a interrupção da produção é essencial para viabilizar a manutenção e tem impacto direto na produtividade das empresas.

Diante desse cenário, já dá para imaginar o tamanho do impacto gerado pela pandemia da covid-19. Com a disseminação do coronavírus, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) criou novos protocolos de saúde, com exigências de distanciamento social a serem seguidos pelas indústrias. Ao longo de 2020, muitas paradas foram adiadas e as empresas foram obrigadas a repensar seus planejamentos de manutenção.

Acúmulo – O resultado agora é um grande acúmulo de paradas a serem realizadas. Para 2021, a expectativa do mercado era de que os setores de química e petroquímica, papel e celulose, mineração e siderurgia, fertilizantes e óleo e gás direcionassem cerca de 2 bilhões de reais para contratação de serviços de manutenção, com a mobilização de mais de 150 mil colaboradores diretos. Com a continuidade da pandemia, a expectativa é que esta tendência se mantenha em 2022.

Para os prestadores de serviço, o acúmulo de paradas pode trazer uma série de desafios que vão desde impasses para mobilização de mão de obra até o aumento dos custos e a carência no mercado de materiais e equipamentos cruciais para a execução dos serviços, como guindastes e andaimes. Responsável pela área de Desenvolvimento de Negócios da Qualidados, Vinícius Castrioto conta que a empresa vem adotando uma série de estratégias para fazer frente a estes desafios.

Soluções – Uma das principais alternativas é a oferta de soluções inteligentes que viabilizem a realização de atividades de forma remota – uma área na qual a empresa vem investindo por meio de parcerias com startups de tecnologia (ver mais aqui). No campo da prospecção de negócios, Vinícius conta que trabalha em parceria com a consultoria de inteligência de mercado BrainMarket para acompanhar, por meio de dashboards, as atualizações dos calendários de paradas de manutenção. No início do ano, a empresa fechou um contrato com a Yara Fertilizantes, e já há perspectivas de atender a duas paradas de manutenção no Polo de Camaçari e entorno.

Antecipação – “O crucial no desenvolvimento dos negócios é o timing no approach comercial, pois precisamos de uma janela de tempo de em média seis meses antes de a parada ocorrer para ofertar o nosso know-how por completo”, explica Vinícius. A antecipação, aliás, é uma das principais estratégias adotadas pela Qualidados para driblar os problemas decorrentes do acúmulo de paradas. “A metodologia que adotamos para o planejamento prevê uma definição antecipada do escopo dos serviços de manutenção, o que é fundamental para antecipar os problemas que podem vir a acontecer e superar eventuais dificuldades com contratação de mão de obra ou aquisição de insumos”, explica Vinícius

Outra ferramenta estratégica neste cenário é o levantamento (survey) de campo. A prática consiste em realizar visitas prévias in loco às unidades industriais para verificar em detalhes as condições do ambiente onde a parada será executada, com o objetivo de garantir uma definição mais precisa do escopo dos serviços a serem realizados.

Contratação – Do ponto de vista de mobilização de mão de obra, a coordenadora de Recursos Humanos da Qualidados, Raquel Melo, chama atenção ainda para o diferencial trazido pelo Gupy, um sistema informatizado que permite realizar processos seletivos totalmente on-line. “O investimento na aquisição deste sistema está fazendo toda diferença neste momento de isolamento social, pois conseguimos divulgar as oportunidades nos principais portais de emprego do Brasil e qualificar os candidatos com testes online”, conta Raquel, ao lembrar também que, para agilizar as contratações, a Qualidados fechou parcerias com empresas de recrutamento e com o SINE, o serviço gratuito de intermediação para o trabalho mantido pela administração pública.